Resumo

As altas taxas de insucessos entre as Startups estão frequentemente relacionados à falta de alinhamento de suas propostas às necessidades do mercado, a falta de uma rede de contatos e noções de gestão (CAVALHEIRO, 2015). Porém, um fator catalizador do sucesso das startups seria o apoio de aceleradoras (SARMENTO & COSTA, 2016). No entanto, nos últimos anos com o intuito de fomentar a aceleração de ideias e incrementar o leque de incentivadores desse ecossistema surgiram programas governamentais voltados para o desenvolvimento de startups.

O presente estudo se aterá na análise dos programas governamentais voltados para o desenvolvimento de startups e incentivo ao ecossistema de inovação regional, analisando o Programa Governamental de apoio ao desenvolvimento destas e a inovação no Estado do Piauí. Assim, pretende-se avaliar o modelo proposto pelo programa, com a finalidade de compreender as contribuições deste modelo baseado nos resultados encontrados e na perspectiva de seus colaboradores e empreendedores participantes do projeto.

As Aceleradoras, segundo Lopes (2016) são responsáveis por dar apoio às startups, que segundo a Startup Brasil (2017), as aceleradoras e são, em sua maioria, entes privados. Os autores Miller e Bound (2011) afirma que as aceleradoras devem possuir processo seletivo disputado, investimento de capital, foco em times, auxílio por via de mentoring e apoio em grupos. Esta dinâmica dificulta a atuação dos governos nestes ambientes, devido principalmente à burocracia, leis rígidas, hierarquia, orçamento engessado, etc. Não obstante, novas iniciativas estão surgindo como Startup Brasil, InovAtiva, etc

A pesquisa caracteriza-se por ser um estudo exploratório com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados, foi utilizado a entrevista semiestruturada, aplicada junto aos gestores das startups participantes e aos coordenadores do programa e para análise de dados, as entrevistas gravadas foram transcritas, impressas e ordenadas. Além disso, os discursos foram agrupados conforme semelhança e distribuídos nas categorias temáticas para análise e discussão dos resultados encontrados. Para isso, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2009).

Observa-se baseado nos achados da pesquisa que o Programa alcançou os objetivos indicados por Casemiro et. al. (2014), que seria a criação de um ambiente propicio para o desenvolvimento e inserção de startups no mercado, ao mesmo tempo em que o programa, na percepção dos participantes, proporciona os benefícios postulados por Cohen (2013), como: mentorias, capital, visão de mercado, networking, entre outros. Não obstante, pode-se perceber outrossim, que o programa não superou todas as limitações características do setor publico como mencionado por Osimo et al. (2016).

A pesquisa aduz que a principal metodologia utilizada foi a Lean Startup, proposta por Ries (2012), juntamente com os princípios do Design Thinking, Canvas, Kanban, Scrum. Assim, o programa alcançou os objetivos postulados por Cohen (2013) por meio de uma metodologia bem estabelecida. Porém, o programa vivenciou limitações, como: a burocracia estatal, deficiência na estrutura estatal e a carência de mentores qualificados. Outrossim, é importante destacar que o programa cobriu outra limitação do sistema de inovação brasileiro, a dificuldade em transferir tecnologia da academia para a sociedade

CAVALHEIRO, C. Fatores determinantes para o sucesso de startups de TI no Brasil: uma avaliação crítica. Porto Alegre, 2015 FUERLINGER, G. et al. The role of the state in the entrepreneurship ecosystem: insights from Germany. Triple Helix, 2015. PANISSON, C. Políticas Públicas que subsidiam o desenvolvimento de empresas de base tecnológica. Florianópolis, 2017. RODRIGUEZ, J. A. H. Start-up Development in Latin America: The Role of Venture Accelerators, 2015. RONCARATTI, L. S. Incentivos a startups no Brasil: os casos do Startup Brasil, InovAtiva e InovApps. Cap.11 de Inovação no setor público,