Resumo

Título do Artigo

O efeito dos desastres naturais no investimento estrangeiro direto dos países
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Palavras Chave

Desastres Naturais
Investimento Estrangeiro Direto
Estratégia Internacional

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Internacional e Globalização

Autores

Nome
1 - JOSELI KONIG RAMOS
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - ADMINISTRAÇÃO
2 - Juliano Krug
Universidade Regional de Blumenau - FURB - Campus 1
3 - Paula Carolina Ferretti
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Campus I
4 - Adriana Kroenke
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Administração e Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

As condições locais de uma economia podem impulsionar ou desestimular os benefícios potenciais do Investimento Estrangeiro Direto (IED). Na presença de desastres naturais as decisões de investimento estrangeiro tendem a aumentar o risco e a incerteza em investir. Os desastres naturais afetam o progresso econômico, o capital humano e a competitividade dos países (KLOMP; VALCKX, 2014). Quando os desastres causam declínios e riscos nas taxas de retorno esperadas, o IED pode ser prejudicado (YANG, 2008).
O estudo mais próximo ao proposto pelo presente artigo, baseou-se na análise de 94 países entre os anos de 1984 a 2004 (ESCALERAS; REGISTER, 2011), carecendo de atualização em relação a análise de países e dos anos investigados. Nesta perspectiva, emerge a seguinte questão de pesquisa: Qual a influência dos desastres naturais no Investimento Estrangeiro Direto dos países? Desse modo, este estudo tem como objetivo analisar a influência dos desastres naturais no Investimento Estrangeiro Direto dos países.
Este estudo baseia-se na nova Teoria Econômica Institucional proposta por North (1990). O contexto no qual os desastres acontecem parece ser necessário para compreender seu impacto nos negócios, podendo afetar as empresas em seu curso normal de operações (OH; OETZEL, 2011), o que por sua vez, remete as condições locais que podem limitar os benefícios potenciais do IED para o país anfitrião (ALFARO et al., 2004). A literatura anterior tem investigado a relação entre os desastres naturais e o IED, constatando uma influência negativa (ESCALERAS; REGISTER, 2011).
Utilizou-se dados de 137 países, considerando o período de 2011 a 2017. Foram utilizados dados secundários para mensurar o Investimento Estrangeiro Direto da UNCTAD, seguindo o estudo de Alfaro et al. (2004). Para os dados dos desastres naturais utilizou-se a base de dados da EM-DAT, fornecido pelo CRED, tendo como base os estudos de Toya e Skidmore (2007) e Scaleras e Register (2011). A pesquisa classifica-se como descritiva, abordagem quantitativa, mais precisamente regressão linear de dados em painel, considerando efeitos fixos.
O número de ocorrências de desastres naturais dentro de uma economia, a quantidade de mortos que o desastre natural causa e o prejuízo no total de milhões de dólares impactam no IED. Por outro lado, as variáveis quantidade de feridos, afetados e desabrigados não apresentaram significância estatística nesta amostra. Percebe-se ainda que, o primeiro ano da amostra selecionada tem efeito maior no IED e vai diminuindo gradativamente até chegar no último ano, na qual há um pequeno aumento. Observa-se então que os desastres naturais influenciam e impactam no fluxo de IED.
Conclui-se que os desastres naturais influenciam e impactam no fluxo que uma economia recebe o IED. Contudo, tratando-se dos danos que ferem, afetam ou desabrigam à população, acredita-se que não interfiram no nível de Investimento Estrangeiro Direto visto que são danos passíveis de reparação, quando regulamentados por instituições eficazes. Tratando-se dos danos que ferem, afetam ou desabrigam à população, acredita-se que não interfiram no nível de IED visto que são danos passíveis de reparação, quando regulamentados por instituições eficazes.
ALFARO, L. et al. FDI and economic growth: the role of local financial markets. Journal of international economics, v. 64, n. 1, p. 89-112, 2004. ESCALERAS, M.; REGISTER, C. A. Natural disasters and foreign direct investment. Land Economics, v. 87, n. 2, p. 346-363, 2011. OH, C. H.; OETZEL, J. Multinationals' response to major disasters: how does subsidiary investment vary in response to the type of disaster and the quality of country governance?. Strategic Management Journal, v. 32, n. 6, p. 658-681, 2011.