Resumo

A Constituição Brasileira de 1988, a partir de um histórico de lutas, institucionaliza em nosso país a democracia participativa. Define-se que a sociedade não apenas vote em seus representantes, mas atue ativamente na gestão pública. Contudo, historicamente, os brasileiros nunca haviam vivenciado práticas institucionais de participação e, depois de trinta anos, ainda é um desafio efetivar os espaços para participação. Importante ressaltar que o mundo em que vive uma plenitude comunicacional, com quase a totalidade dos indivíduos se comunicando de forma acessível, por meio de internet e celular

Como pensar a participação social, principalmente nos dispositivos institucionais, a partir da ação comunicativa do indivíduo em mundo midiático? Verificar a presença de uma preocupação dos acadêmicos da gestão pública em relação aos processos comunicacionais de participação, em uma abordagem a partir da gestão da comunicação, da educomunicação.

A relação entre Estado e sociedade no Brasil assumirá três consequências centrais: a) estabilidade no que respeita à competição política-eleitoral; b) enfraquecimento das estruturas corporativas; e c) convivência com a busca e a experimentação em torno de inovações capazes de aprofundar a democracia brasileira. (VENTURA, 2016, p. 713). Aparição súbita destes meios põe em evidência uma reestruturação geral das articulações entre o público e o privado” (CANCLINI, 1997, p. 27)

Ao longo deste trabalho desenvolvemos um referencial teórico, a participação comunicacional que, ao mesmo tempo, se constituiu, ao longo do trabalho, em um parâmetro de análise, a partir dos elementos encontrados.

Percebemos que ao se falar em comunicação, de forma geral, há apenas uma perspectiva tecnológica, relacionada ao uso das TICs. Quando se relaciona com a participação, a presença de um olhar sobre a ação comunicativa do processo foi baixa. Contudo, nos dois artigos que apresentaram essa discussão, pudemos verificar o impacto ao se atentar aos processos comunicacionais na promoção da participação social em dispositivos institucionais.

CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos – conflitos multiculturais da globalização, Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997. VENTURA, Tiago. Democracia e participação. Inovações democráticas e trajetória participativa no Brasil. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, p. 705 a 720, set. 2016. BARDlN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa. Edições, 70. 1977 SOARES, Ismar de Oliveira.  Educomunicação, o conceito, o profissional, a aplicação. São Paulo: Paulinas, 2011a.