Resumo

Título do Artigo

TELETRABALHO ESTRUTURADO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: a experiência do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região
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Palavras Chave

Teletrabalho
Serviço Público
Poder Judiciário

Área

Artigos Aplicados

Tema

Administração Pública

Autores

Nome
1 - Maria Helena Tavares da Silva Guerra
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos
2 - RODOPIANO ROCHA DA SILVA NETO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Núcleo de Altos Estudos da Amazônia - NAEA
3 - Tais Ribeiro Ranieri
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Cidade Universitária, Belém
4 - URSULA CUSTÓDIO GOMES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Fortaleza

Reumo

O teletrabalho, compreendido como trabalho remoto ou trabalho a distância, propiciado cada vez mais pelo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), tem se revelado em uma forte tendência no atual mundo do trabalho (NOHARA et al. 2010; ROCHA; AMADOR, 2018). No âmbito da administração pública, é crescente o interesse pelo tema, em especial no Poder Judiciário, considerando a consolidação do Processo Judicial Eletrônico. Nesse contexto, este artigo aborda a experiência do “Teletrabalho Estruturado” no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8).
O TRT8, com circunscrição nos estados do Pará e Amapá, conta atualmente com 56 (cinquenta e seis) Varas do Trabalho, sendo considerado um Tribunal do Trabalho de médio porte. O teletrabalho foi regulamentado pela primeira vez no Tribunal em 2011, destacando-se que, desde sua primeira regulamentação, constou como iniciativa estratégica com a finalidade de contribuir para o alcance da visão de futuro da instituição, que busca o equilíbrio entre produtividade e clima organizacional.
A recente renovação do quadro de servidores do Tribunal trouxe novos desafios relacionados à retenção de talentos. Nesse sentido, o teletrabalho passou a ser visualizado por muitos servidores como alternativa para a obtenção de maior flexibilidade e qualidade de vida, em especial por aqueles oriundos de outras regiões do país. Todavia, no âmbito da gestão, identificavam-se desconfianças e resistências, além do eventual uso do teletrabalho sem o devido planejamento, como alternativa para casos de movimentação, em que pese a identificação de experiências bem-sucedidas com a adoção da prática.
Com o intuito de sensibilizar e capacitar os envolvidos sobre a temática, foi concebido o Projeto “Teletrabalho Estruturado”, que objetivou estruturar o regime de teletrabalho no âmbito do TRT8, fomentando boas práticas de gestão, a fim de melhorar o clima e aprimorar os resultados organizacionais. Os eventos do projeto, realizado ao longo de 2018, contaram com capacitações em três eixos: comportamental, técnico e gerencial. Em paralelo, o TRT8 promoveu ações de incentivo e suporte ao teletrabalho, ancoradas no apoio da Alta Administração.
Os principais resultados se materializam no aumento expressivo na adesão ao regime de teletrabalho e na melhoria dos indicadores de produtividade e de clima organizacional. Destacam-se os recentes e excelentes resultados alcançados pelo TRT8, como um todo, nos indicadores de desempenho institucional da Justiça do Trabalho e do Poder Judiciário. O intenso uso das TICs tem contribuído para o aprimoramento dos processos e desenhos de trabalho, gestão colaborativa e comunicação transparente. Servidores e gestores apontam para um saldo positivo na adoção da prática do teletrabalho.
O teletrabalho se traduz em uma iniciativa inovadora à gestão pública, ganhando ainda mais destaque no atual contexto de crise fiscal. No TRT8, a adoção do teletrabalho de modo estruturado levou as unidades estratégicas a aprimorarem ferramentas de suporte aos gestores, em especial no acompanhamento da produtividade individual dos servidores. Destaca-se que as práticas de incentivo ao teletrabalho podem ser replicadas em outros Tribunais, enfatizando-se o desenvolvimento de competências e perfis profissionais adequados, além da importância do permanente monitoramento e suporte organizacional.