A capacidade de absorção está relacionada com a maneira pela qual uma organização desenvolve rotinas e processos estratégicos para internalizar e aplicar o conhecimento externo. As pesquisas sobre a capacidade de absorção incluem estudos com foco em pesquisa e desenvolvimento, gestão do conhecimento, estruturas organizacionais, inter-relações organizacionais e integração com clientes.
Este estudo contribui para a literatura existente sobre a capacidade de absorção, focando na análise empírica de suas dimensões: aquisição, assimilação, transformação e explotação no setor do franchising.
O assunto aprendizagem e conhecimento tem recebido atenção na literatura, uma vez que ainda se constitui fundamental nas pesquisas sobre estudos organizacionais.
Entretanto, apesar disso a questão da absorção do conhecimento no sistema franchising é uma questão que continua amplamente inexplorada (Darr et al., 1995; Paswan et al., 2004; Paswan e Wittmann, 2009).
O objetivo desse estudo é melhor compreender: Como diferem as dimensões da capacidade de absorção de conhecimento em unidades de franquias operando no Brasil?
Cohen & Levinthal (1990) definiram capacidade de absorção como uma habilidade de reconhecer o valor de novas informações, assimilá-la e aplicá-lo para fins comerciais.
Zahra & George (2002) distinguiram quatro dimensões relacionando estas as fases da capacidade de absorção.
Jimenez-Barrionuevo et al, (2011) elaboraram e validaram um instrumento de medição seguindo estas dimensões. Assim, coloca-se que a transferência de conhecimento, mais especificamente a capacidade de absorção dos franqueados se constitui uma das lacunas principais para melhor se entender a gestão destas operações.
A pesquisa foi desenvolvida em três etapas: procedimentos exploratórios; definição do instrumento de coleta de dados e sua aplicação. Os procedimentos exploratórios foram desenvolvidos em duas fases: a primeira constou da pesquisa bibliográfica, apresentada no item anterior; já a segunda fase consistiu nos procedimentos metodológicos gerais, relacionados à avaliação de trabalhos semelhantes e consulta junto a especialistas para consolidação dos construtos da pesquisa. A coleta de dados primários foi efetuada principalmente por meio de questionário, optando pela perspectiva dos franqueados.
O franchising necessita da transferência de conhecimento de gestão do negócio e de seguir os requisitos de padronização da rede. Para isso, ocorrem diferentes formas de interações as quais o franqueado recebe conhecimentos sobre os processos e operações para a sua unidade. A capacidade de absorção de conhecimento é fator fundamental dentro disso, sendo que as redes, sofrem com as diferenças, que ocorrem as suas franquias. Obervou-se diferenças na capacidade de absorção de conhecimento decorrente do país de origem das redes, sendo aqui agrupadas entre redes brasileiras e estrangeiras no país.
A capacidade de absorção é fundamental para as empresas atuantes pelo franchising, pois esse sistema se refere principalmente com a replicação de conhecimentos sobre a operação de negócios (Winter & Szulanski, 2001). Nesta pesquisa as dimensões da capacidade de absorção de conhecimento pelas unidades franqueadas em redes de franchising operando no Brasil apresentaram informações importantes relacionadas com as suas dimensões.
O franqueador fornece informações valiosas para o negócio, mas o uso destes conhecimentos depende dos processos prévios relacionados a capacidade de absorção.
ALON, I; WELCH, D, FALBE, C.. Franchising in Emerging Markets. Alon, I. Franchising Globally: Innovation, Learning and Imitation. Palgrave MacMillan, 2010.
COHEN, W. M.; LEVINTHAL, D. A.. Absortive Capacity: A New Perspective on Learning. Administrative Science Quarterly, 35(1): 128-152, 1990.
JIMENEZ-BARRIONUEVO, M. M.; GARCIA-MORALES, V.J.; MOLINA, L.M.. Validation of an instrument to measure absorptive capacity. TECHNOVATION. 31. 190–202, 2011.
ZAHRA, S.A., GEORGE, G.. Absorptive capacity: a review, reconceptualization, and extension. Academy of Management Review 27 (2): 185–203, 2002.