Resumo

Título do Artigo

O mercado de trabalho para trabalhadores com 50 anos ou mais no Brasil
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Palavras Chave

Gestão de Pessoas
Mercado de Trabalho
Etarismo

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Políticas, Modelos e Práticas

Autores

Nome
1 - Wilson Aparecido Costa de Amorim
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
2 - Fabiana Bittencourt Fevorini
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - André Felipe Saraiva de Melo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
4 - Alex Santos Tavares
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Economia

Reumo

A expansão da participação dos mais velhos no mercado de trabalho acontece silenciosamente no Brasil. Na gestão de recursos humanos, ainda predominam temas como as gerações X e Y. Porém, pouco se sabe sobre a posição das faixas etárias mais altas no mercado de trabalho, sobre como o seu trabalho é contratado coletivamente nas relações entre empresas e sindicatos ou de individualmente pelas empresas. O envelhecimento populacional e do mercado de trabalho são temas pouco estudados no País.
O objetivo deste artigo é identificar características da participação dos trabalhadores do mercado de trabalho formal com 50 anos ou mais com base nos dados da RAIS (período 2011-2014). Busca-se ainda verificar em que medida as relações de trabalho, especialmente as negociações coletivas vêm tratando as questões específicas destes trabalhadores nas empresas voltadas aos trabalhadores desta faixa etária, assim como as políticas e práticas de recursos humanos de parte de um conjunto de empresas.
O envelhecimento populacional é realidade no Brasil (BANCO MUNDIAL, 2011). Os gestores brasileiros percebem positivamente os profissionais mais velhos. Porém, não há práticas específicas de RH para a gestão da idade. As empresas incorrem em preconceito de idade pelo despreparo para a atual mudança demográfica (CEPELLOS; TONELLI; ARANHA FILHO, 2013). Pereira e Hanashiro (2015) apontam o preconceito de idade quanto aos trabalhadores mais velhos tanto em processos de seleção quanto de demissão.
Esta pesquisa será quantitativa usando dados da RAIS – M.T.E. e da pesquisa “As Melhores Empresas para Você Trabalhar” -MEPT sobre políticas e práticas das 150 empresas da área privada. A pesquisa também terá aspectos qualitativos, com informações obtidas a partir de bancos de dados do DIEESE e do PROGEP/FIA. Do DIEESE vieram informações sobre acordos coletivos com cláusulas sobre trabalhadores com 50 anos ou mais no Brasil. Do PROGEP/FIA vieram dados dos cadernos de evidências da MEPT.
Os trabalhadores com 50 anos participam crescentemente no mercado de trabalho (RAIS-MTE). Um terço deles encontra-se em serviços e outro terço, no setor público. São poucos os acordos coletivos que regulam a contratação de trabalhadores mais velhos. Poucas organizações dão atenção aos trabalhadores mais velhos. A predominância de funcionários jovens foi indicada por várias delas como razão para isso. Isto reforça a percepção da opção estratégica pelos jovens em detrimento dos mais velhos.
Em meados da próxima década terminará o período do bônus demográfico. Depois, haverá um momento crítico em termos geracionais: aumento proporcional de pessoas mais velhas sendo sustentadas por outras mais jovens. O efeito combinado destas tendências já acelera a participação dos trabalhadores mais velhos no mercado de trabalho. Os trabalhadores serão mais longevos e escolarizados. Este previsível perfil é diferente do historicamente verificado. Quando as organizações despertarão para isso?
BANCO MUNDIAL. Envelhecendo em um Brasil mais velho. Washington, D.C. 20433, USA, 2011. CEPELLOS, V. M.; TONELLI, M.J.; ARANHA FILHO, F.J.E. Envelhecimento nas organizações: percepções e práticas de RH no Brasil. IV EnGPR. Brasília, 2013. GHOSHEH, N. Age discrimination and older workers: theory and legislation in comparative context. Conditions of Work and Employment Series No. 20. ILO, Geneve, 2008. GOLDANI, A. M. Desafios do “Preconceito Etário” no Brasil. Educ. & Soc., Campinas, v. 31, 2010.