Resumo

Título do Artigo

COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO À SEGURANÇA NO TRABALHO: MODELO EXPLICATIVO BASEADO NA TEORIA DA AÇÃO PLANEJADA
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Palavras Chave

Segurança do Trabalho
Teoria da Ação Planejada
Comportamento Seguro

Área

Operações

Tema

Estratégia de Operações e Desenvolvimento de Produtos e Processos

Autores

Nome
1 - Marcio Braz Amorosino
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Cidade Universitaria - Butanta
2 - Liliana Vasconcellos-Guedes
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração

Reumo

Dados oficiais estimam em mais de 700 mil acidentes de trabalho no Brasil em 2011. Os custos dos acidentes são enormes e muitas vezes irreparáveis (houve 711 fatalidades em 2011). A Segurança no Trabalho e a Saúde Ocupacional visam prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho e reduzir o custo social de tais eventos. A abordagem contemporânea desse tema considera os fatores humanos e procura contextualizar o comportamento no ambiente de trabalho, reconhecer diferenças individuais e analisar fatores psicológicos como influenciadores do comportamento em relação à segurança
Há considerável concordância na bibliografia acerca do papel crítico do comportamento dos trabalhadores em relação à prevenção de acidentes laborais aos quais estão sujeitos – a compreensão de tais fatores pode contribuir com programas de prevenção dos acidentes nas organizações. O objetivo da pesquisa é identificar os fatores que explicam o comportamento dos trabalhadores em relação à segurança, bem como analisar a relação entre esses fatores.
Zohar (1980) cunhou o termo “clima de segurança” e demonstrou que as atitudes percebidas da liderança em relação à segurança constituem um dos seus fatores mais importantes. Os estudos de clima de segurança se destacam na literatura, em particular na identificação de fatores intervenientes (ZOHAR, 1980; SEO, 2004). Consideram-se também as contribuições da Teoria da Ação Planejada (FOGARTY, 2010), da Teoria da Ação Racional (FISHBEIN 1963) e da Teoria da Ação Planejada (AJZEN, 1991)
Esta pesquisa é conclusiva, descritiva, com estudo transversal (MALHORTA, 2010) e quantitativa (MARTINS, 2009). Uma empresa foi identificada para o estudo de campo, na qual uma unidade com 1800 funcionários foi selecionada. Foram feitas 20 visitas técnicas, 4 entrevistas e obtidas 273 respostas para um questionário autopreenchido pelos colaboradores. Os dados foram analisados segundo a Modelagem de Equações Estruturais, com estratégia confirmatória, utilizando o PLS e a Análise Fatorial.
Demonstrou-se a influência dos supervisores no comportamento dos subordinados, com auxílio da medição dos construtos da Teoria da Ação Planejada. Controle Percebido, Normas Subjetivas e Atitudes apresentaram relação importante com a Intenção em realizar o comportamento estudado. Normas Subjetivas tiveram menor influência sobre a Intenção do que o Controle Percebido e a Atitude, sugerindo uma relação entre o valor que segurança tem para o grupo estudado e a influência das Normas Subjetivas.
Considerando os resultados alcançados, ações no sentido de tornar o ambiente de trabalho mais colaborativo e aberto entre os operadores, propiciando o encorajamento mútuo na realização das inspeções das ferramentas e operação do maquinário poderiam ser adotadas no escopo de um programa de segurança. A pesquisa demonstrou a utilidade da Teoria da Ação Planejada como um modelo para explicar o comportamento em relação à segurança dos trabalhadores dentro de uma organização brasileira.
FISHBEIN, M. Attitude Theory and Measurement, Edited by Martin Fishbein, John Wiley&Sons Inc., New York, 1967 MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010 SEO, D.C. An explicative model of unsafe work behavior. Safety Science, v 43, 2005 ZOHAR, D. The effects of leadership dimensions, safety climate, and assigned priorities on minor injuries in work. Journal of Organizational Behavior. 23, 2002 ZOHAR, D.; LURIA, G. A Multilevel Model of Safety Climate. Journal of Applied Psychology v. 90, 2005