curso de Administração
educação ambiental
sustentabilidade
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Formação do Professor e Pesquisador
Autores
Nome
1 - Danilo Andretta UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ESALQ
2 - Heliani Berlato UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Esalq
Reumo
Para que seja possível construir uma visão de desenvolvimento sustentável nas atividades empresariais, é importante estudos que demonstrem as melhorias que as organizações podem conquistar ao assumir atitudes socioambientalmente responsáveis. A principal forma de garantir um resultado efetivo para esses anseios é através da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Assim, o foco volta-se aos cursos de Administração com caráter emergencial na inserção da educação para o desenvolvimento sustentável aos administradores.
A partir da justaposição de ideias entre a educação ambiental e os desafios das empresas quanto ao desenvolvimento sustentável, surge o problema: qual é a abordagem do ensino da sustentabilidade feita nos cursos de Administração? Como objetivo geral busca-se compreender de que forma é realizado o ensino da sustentabilidade no curso de Administração em disciplinas específicas sobre o assunto. São objetivos específicos entender a relevância para o mercado empresarial, a interdisciplinaridade com outras disciplinas e a percepção dos alunos segundo os professores sobre a importância do tema.
Na busca pelo desenvolvimento sustentável, a figura do administrador é responsável por considerar os fatores socioambientais influentes na tomada de decisão. O bom desempenho será baseado tanto no retorno econômico das atividades quanto nos seus impactos socioambientais (PINHEIRO et al., 2010). Para que haja uma formação sólida de administradores com compromisso de alterar hábitos e práticas socioambientais, a educação para a sustentabilidade é um fator que deve estar presente no ensino superior de administração (SILVA et al., 2013).
Na elaboração desta pesquisa optou-se pelo estudo descritivo e abordagem qualitativa (RICHARDSON, 2012). As características do ensino foram constatadas através de entrevistas estruturadas com os docentes, no intuito de entender a abordagem das disciplinas sobre a sustentabilidade e o relacionamento com as necessidades empresariais.
O grupo pesquisado foi formado por doze docentes de diferentes instituições de ensino superior: USP/ESALQ, UNIMEP, UNICAMP, FEA-SP, FEA-RP, UFMG; todos professores que ministram disciplinas no curso de Administração com enfoque na sustentabilidade.
Os professores acreditam que falta uma visão sistêmica da sustentabilidade, destacando a necessidade do ensino transversal. Os gestores tendem a vê-la como área restrita da empresa e o aluno tem dificuldade em desenvolver uma visão que amplie a aplicação do tema.
Eles preocupam-se em fornecer elementos que permitam a identificação da realidade da sustentabilidade para que o aprendizado não seja apenas teórico. Destaca-se a construção do conceito, para que os alunos não restrinjam o entendimento do tema apenas à dimensão ambiental, envolvendo as dimensões social e econômica.
Foi observado que os professores possuem grande esforço em desconstruir a imagem arraigada das empresas que não se atentam à questão da sustentabilidade, bem como fomentar o constructo teórico, sua importância ao administrador e sua realidade na comunidade empresarial.
Há preocupação dos professores em formar, além de administradores conscientes de seu papel como agentes transformadores, também cidadãos responsáveis por suas práticas individuais. Eles acreditam que para um profissional defender valores sustentáveis, isso deve ser primeiramente intrínseco ao indivíduo.
PINHEIRO, L.V.S. et al. Educação Ambiental: Um Instrumento de Diagnóstico para a Inclusão da Temática de Sustentabilidade em Instituições de Ensino Superior. XIII SemeAd, 2010.
RICHARDSON, R.J. Pesquisa Social. Métodos e Técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.
SILVA, M.E. da. et al. Um espelho, Um reflexo! A Educação Para a Sustentabilidade Como Subsídio Para Uma Tomada de Decisão Consciente do Administrador. RAM, Rev. Adm. Mackenzie, v. 13, n. 6, Edição Especial, p. 154-182. São Paulo, 2013.