Resumo

Título do Artigo

Avaliação do impacto da Covid-19 no financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS): uma análise acerca da dinâmica do financiamento em 2020 e 2021
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Palavras Chave

Pandemia
Sistema Único de Saúde (SUS)
Política de gastos

Área

Administração Pública

Tema

Gestão em Saúde

Autores

Nome
1 - Ana Carolina Costa Corrêa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
2 - Maria Luisa Oliveira Rigotti
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Campus Pampulha
3 - Hugo Dilhermando de Souza Lacerda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Campus Pampulha - FACE
4 - Bruno Perez Ferreira
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Reumo

Após a instauração da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional os sistemas de saúde pelo mundo e no Brasil observaram a necessidade de aplicar maiores esforços logísticos e possivelmente de recursos para combater a eminente pandemia. Políticas de “lockdown” foram implementadas em diversos países como uma medida de prevenção a um eventual colapso do sistema. Diante disso, observou-se a necessidade de despender esforços logísticos e orçamentários até então nunca vistos na pouca idade do sistema, de apenas 32 anos.
Neste contexto da pandemia de COVID-19 e considerando seus picos de contágio no território brasileiro, este artigo objetiva avaliar os impactos que afetaram a dinâmica de financiamento do SUS no âmbito federal no que tange às transferências de recursos.
Do ponto de vista teórico, seria plausível uma mudança na estrutura de financiamento do SUS, de acordo com a teoria da contingência. Sob essa abordagem, o orçamento deveria reagir a mudanças ambientais de forma a promover eficiência. No que diz respeito à pandemia, espera-se ampliação do orçamento a fim de aprimorar a capacidade do SUS após a crise. Os resultados do modelo serão discutidos à luz dessa teoria.
Utilizando a série histórica de gastos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), de 2015 a 2021, número casos confirmados de Covid-19 e um modelo ARIMAX sazonal buscou-se avaliar como o aumento das infecções com o novo vírus afetou a sistemática de financiamento do Sistema Único de Saúde.
Foram verificados indícios de sazonalidade e tendência crescente da variável de gastos mas que em termos práticos indicou que o aporte recursos seguiu uma trajetória, já crescente, que já existia antes do advento da pandemia. O aumento de 1% em casos de Covid-19, com uma defasagem de um mês, contribui para o aumento em 0,062% na variação dos gastos com o FNS, mas diminuição em 0,058% a uma defasagem de dois meses.
Os testes não mostraram evidências para confirmar deslocamento positivo na estrutura já existente de financiamento do FNS dado pelo crescimento do nível de casos de Covid-19, mas apenas crescimento após um mês de defasagem, provavelmente devido à janela de agravamento dos casos, seguido de diminuição significativa em percentual semelhante no próximo mês.
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