Resumo

Título do Artigo

GLASS CEILING: IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE ESCALAS DE MENSURAÇÃO
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Palavras Chave

Escalas
Glass Ceiling
Teto de Vidro

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Mariana Laporta Barbosa
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - ESAG
2 - Éverton Luís Pellizzaro de Lorenzi Cancellier
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - Departamento de Administração Empresarial
3 - Rafael Tezza
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - ESAG

Reumo

Os estudos do glass ceiling têm se concentrado em identificar e analisar os fatores que operam nos níveis social, individual, organizacional e político, impedindo a ascensão vertical das mulheres em suas carreiras. Entretanto, conforme apontam Babic e Hansez (2021), enfrenta-se algumas dificuldades inerentes a esse fenômeno complexo e multifacetado, constituído principalmente por fatores subjetivos, não observáveis. Esses fatores tornam mais desafiador caracterizar o glass ceiling no contexto organizacional, demandando o uso de escalas psicométricas para investigação do fenômeno.
Segundo Maheshwari e Lenka (2022), tem sido dada pouca atenção ao desenvolvimento de escalas que possam avaliar empiricamente o glass ceiling em organizações. Além disso, os instrumentos existentes costumam avaliar apenas uma causa específica do fenômeno, negligenciando outros fatores. Assim, surge a necessidade de se conhecer e avaliar as medidas existentes acerca do glass ceiling. Para tanto, a pesquisa buscou responder os seguintes questionamentos: Há escalas que mensuram o fenômeno do teto de vidro? Como essas medidas foram desenvolvidas e validadas? Quais são as limitações de seu uso?
O termo glass ceiling surgiu na década de 80 para representar barreiras sutis, que limitam, ou até mesmo impossibilitam, o acesso de mulheres qualificadas a cargos de alta gerência (STEIL, 1997). Segundo Boyd (2008), a palavra glass sugere que apesar de ser muito real, esse fenômeno não é óbvio para um observador casual, enquanto a palavra ceiling demonstra que há um limite para o quanto alguém pode subir antes de esbarrar em algum tipo de barreira. Trata-se de um fenômeno multidimensional, definido a partir de um conjunto de fatores múltiplos, complexos, dinâmicos e interrelacionados.
A partir de uma revisão de literatura, identificou-se quatro escalas que mensuram o fenômeno do glass ceiling, que foram analisadas com base nas recomendações de Hair et al. (2005), Costa (2011) e Devellis (2012) sobre a construção de escalas. Apesar de algumas variações inerentes a esse fenômeno complexo, é possível observar uma certa concordância nas abordagens adotadas pelas escalas, que se concentram em torno de fatores/dimensões específicas, como política organizacional, responsabilidades familiares e as relações entre funcionários.
Os resultados encontrados indicam que apenas uma das quatro escalas analisadas segue o gold standard de construção de escalas proposto pela literatura, apresentando possibilidades de aprofundamento e melhoria tanto na validade e confiabilidade dos instrumentos, quanto nos procedimentos de geração dos itens. É importante ressaltar ainda que há poucos estudos dedicados ao desenvolvimento de escalas relacionadas ao glass ceiling, o que abre espaço para futuras pesquisas sobre o tema.
COSTA, F. J. da. Mensuração e desenvolvimento de escalas: aplicações em administração. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011. DEVELLIS, R. F. Scale development: Theory and applications. 3 ed. Beverly Hills, CA: Sage Publications, 2012. HAIR JR., J. F.; BABIN, B. J.; MONEY, A. H.; SAMOUEL, P. Fundamentos de métodos de pesquisa em Administração. Porto Alegre: Bookman, 2005. MAHESHWARI, M.; LENKA, U. An integrated conceptual framework of the glass ceiling effect. Journal of Organizational Effectiveness: People and Performance, v. 9, n. 3, p. 372-400, 2022.