Resumo

O fluxo de capital humano é um aspecto relevante para a compreensão da produtividade das organizações. As teorias mais aplicadas em estudos de rotatividade de colaboradores no mundo são a Teoria da Troca Social, Conservação de Recursos e a Identidade Social (BOLT; WINTERTON; CAFFERKEY, 2022). Outras teorias ganharam expressividade nos últimos cinco anos, por exemplo: a teoria da Rotatividade Emergente do Contexto, Adequação Pessoa-Organização e Inserção no Trabalho. Tais teorias foram aplicadas em diversos setores: desde organizações privadas de saúde até empresas multinacionais de tecnologia.

Diante do exposto, estabeleceu-se como questão da pesquisa, a seguinte pergunta: quais os impactos da rotatividade de colaboradores em grandes organizações privadas e sua aplicação no contexto nacional? O objetivo principal deste ensaio teórico foi organizar e discutir o tema – a partir da visão de pesquisadores seniores que publicam em conceituados periódicos nacionais e internacionais. Com os objetivos secundários de analisar os impactos/ consequências do fenômeno, oportunidades e pontos críticos teóricos da literatura que envolvam as grandes organizações privadas nacionais.

A rotatividade de colaboradores ou turnover é uma preocupação atual para acadêmicos e gestores organizacionais. Em mais de um século de estudos a América do Norte parece ter sido o contimente que mais publicou sobre o tema, seguido pela Ásia e Europa. Acredita-se que a América do Sul foi o continente que menos produziu pesquisas sobre o tema (BOLT, WINTERTON; CAFFERKEY, 2022). No entanto, nesse contexto geográfico, o Brasil produziu relevantes estudos sobre a rotatividade de colaboradores nas mais diversas revistas acadêmicas-científicas nacionais e internacionais.

Os efeitos da rotatividade de colaboradores podem se diferenciar a depender do porte da organização ou setor de atuação. Essas consequências ser funcionais ou disfuncionais (MAERTZ et al., 2022). Existe pouca literatura sobre os potenciais benefícios da rotatividade de colaboradores sobre o desempenho das organizações (SIMÓN; AVGERINOS; REVILLA, 2022), porém muitos impactos negativos no desempenho organizacional já foram observados quando há fuga de colaboradores talentosos, tais como: produtividade, lucratividade, qualidade dos serviços prestados, satisfação do cliente e valor agregado.

Para cumprir o objetivo da pesquisa e compreeder quais os potenciais impactos da rotatividade de colaboradores nas grandes organizações privadas, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em períodicos científicos nacionais e internacionais de excelência, na qual os achados de Simón, Averinos e Revilla (2022) e Maertz e colaboradores (2022) revelaram-se essenciais para atingir esse propósito, pois ambos afirmaram e explicaram que a rotatividade pode provocar consequências negativas e positivas nas organizações.

BOLT, E.; WINTERTON, J.; CAFFERKEY, K. A century of labour turnover research: A systematic literature review. International Journal of Management Reviews, v. 24, n. 4, p. 555-576, 2022. MAERTZ, C.; KEITH, M.; RAGHURAM, S.; PORTER, C.; DALTON, G. Advancing Theory and Practice on Managing Dysfunctional Turnover: Developing an Improved Measure of Turnover Reasons. Group & Organization Management, p. 10596011211065880, 2022. SIMÓN, C.; AVGERINOS, E.; REVILLA, E. Quits Versus Discharges Across Job Levels: Revisiting the Positive Side of Turnover. Journal of Management, p. 01492063221108921, 2022.