Resumo

Título do Artigo

Para Além das Barreiras: O processo de Inclusão e Oportunidades na Pós-graduação Stricto Sensu em Contabilidade no Brasil
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Palavras Chave

Inclusão
Programas de Pós-Graduação
Contabilidade e Controladoria

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Formação do Professor e Pesquisador

Autores

Nome
1 - CARLOS ADRIANO SANTOS GOMES GORDIANO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC - MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E CONTROLADORIA
2 - YNIS CRISTINE DE SANTANA MARTINS LINO FERREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA (UFRA) - Icibe
3 - BEATRIZ DA SILVA PEREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Trindade

Reumo

No Brasil, o processo de inclusão de grupos sub-representados no ensino superior ganhou impulso com a implementação de ações afirmativas a partir dos anos 2000, especialmente com a lei de cotas (12.711/2012). A partir disso era de se esperar que esse processo alcançasse também a pós-graduação strico sensu, por ser fundamental para garantir a inserção das pessoas independente de sua etnia, raça, gênero, orientação sexual, deficiência ou qualquer outra característica pessoal, a fim de que possam contribuir e se beneficiar das atividades desenvolvidas nesse campo, incluindo educação e pesquisa.
A pesquisa objetiva analisar as ações afirmativas e políticas de inclusão presentes em editais de seleção para cursos de mestrado e doutorado em contabilidade e controladoria no Brasil. De modo específico, procura-se inventariar as práticas afirmativas adotadas e identificar a origem dessas ações quanto ao seu aspecto normativo.
As barreiras visíveis e invisíveis dificultam ou até inviabilizam a presença significativa de pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+, com deficiência, etc na pós-graduação stricto sensu, pois historicamente esses espaços foram negados a quem não compunha o que é em geral denominado de “maioria” (Godói & Silva, 2021; Bonin, 2022). Em 2023 haviam em PPGs de contabilidade 730 doutorandos (em 15 cursos) e 1.253 mestrandos (em 32 cursos) matriculados. (CAPES, 2023). OBAAP (2023) afirma que em 2021, 1.531 cursos stricto sensu adotavam algum tipo de ação afirmativa em sua admissão.
A pesquisa caracteriza-se como exploratória e qualitativa, recorrendo ao procedimento documental com a análise de 43 editais de seleção para ingresso no ano de 2023 relativos a 49 cursos de mestrado e doutorado. A análise documental foi realizada com o suporte da aplicação de checklist binário para identificar a presença de políticas afirmativas e inclusivas e por meio da análise do corpus textual utilizando com suporte do o software Iramuteq.
Os dados revelam que 11 dos 49 cursos não revelaram ações afirmativa, a existência de concentração de IES nordestinas no grupo com maior nível de inclusão e que a reserva de vagas foi ação mais recorrente, especialmente para pessoas negras, indígenas e com deficiência. Observou-se também que os cursos com notas mais elevadas na avaliação da CAPES apresentam menores médias de políticas inclusivas e que os editais demonstram uma preocupação significativa com os "deveres" dos candidatos elegíveis às vagas afirmativas nos processos seletivos.
O acesso, a inclusão e acessibilidade na pós-graduação é um direito fundamental e imprescindível ligado à cidadania. Cabe às IES fazerem as adaptações e ajustes necessários para garantia desse direito com justiça social. É preciso avançar na superação do paradigma da exclusão e da integração, pensando em medidas e estratégias efetivas de democratização da pós-graduação em contabilidade para que se torne mais plural e acessível. Ainda há muito o que avançar, na direção de um tratamento equitativo que respeite as diferenças e supere a ideia de padronização de aceitável em uma sociedade.
Dos Santos, J. A., & Garcia de Mello, L. (2017). No topo do mundo: Everest e ações afirmativas na pós-graduação. Anos 90, 23(44), 111–138 Feres Jr. (2011). Ação afirmativa no ensino superior brasileiro hoje: análise de desenho institucional. Rio de Janeiro: Gemaa/Iesp-Uerj, 2011. Venturini, C. A., & Feres Jr, J. (2020). Política de ação afirmativa na pós-graduação: o caso das universidades públicas. Cad. Pesqui. 50 (177), p. 882-909, • Jul-Sep