Resumo

O consumo de alimentos orgânicos segue crescendo, sobretudo após o advento da pandemia de COVID-19. A academia, por sua vez, segue produzindo estudos dispostos a compreender os aspectos em torno deste fenômeno, principalmente por sua importância em termos de saúde, bem-estar social, e conscientização ambiental, o que reflete em pesquisas advindas de várias áreas da ciência. No centro desse cenário encontra-se o consumidor, como um agente com poder fundamental de influência na cadeia produtiva, na comercialização, e nos valores e significados sociais associados à dieta orgânica.

Apesar de haver estudos que tratam sobre o consumo orgânico a partir de revisões de literatura, observa-se a necessidade de estudos bibliométricos robustos sobre a temática. Com vistas a responder a essa lacuna de pesquisa, este trabalho constitui-se como uma revisão sistemática de literatura sobre consumo de alimentos orgânicos, com enfoque na figura do consumidor como protagonista da discussão.

Ainda que a agricultura tradicional tenha seu início na era neolítica, o que deu início a diversas sociedades (MAZOYER, 2010), a agricultura orgânica moderna, enquanto uma prática política e social de produção e consumo iniciou-se em meados de 1920, na Europa, quase que ao mesmo tempo em que a agricultura convencional. Considerando as dificuldades de produção em escala do modelo alternativo e considerando as técnicas produtivas que garantiam a produtividade e o ganho em escala da agricultura intensiva, a agricultura orgânica não tinha expressão econômica ou era vista como relevante até então.

O trabalho engloba 387 pesquisas empíricas e teóricas sobre o assunto em um panorama temporal amplo (1972-2022). Por meio do uso de 5 softwares diferentes, foram realizadas análises de evolução temporal da temática, áreas de publicação, artigos da frente de pesquisa, redes de citação e de cocitação, base intelectual, palavras-chave, países onde a discussão é mais fomentada, colaboração de fontes de estudos, e periódicos que se destacam na temática.

O consumo de alimentos orgânicos, para além de uma tendência temporal, caracteriza-se como uma das estratégias de preservação da saúde individual e do meio ambiente em seus recursos esgotáveis. A ciência, por sua vez, avança desenvolvendo estudos em diversas áreas buscando discutir a temática sob diversos aspectos, o que leva à necessidade de revisões sobre o tema. Nesta seara, o comportamento do consumidor caracteriza-se como um elemento fundamental de análise, tendo em vista que o consumo é parte essencial da cadeia produtiva.

AERTSENS, Joris et al. Personal determinants of organic food consumption: a review. British food journal, 2009. AJZEN, Icek. The theoryofplannedbehavior. Organizationalbehaviorandhumandecision processes, v. 50, n. 2, p. 179-211, 1991. Aria, M. &Cuccurullo, C. (2017) bibliometrix: An R-tool for comprehensivescience mapping analysis, JournalofInformetrics, 11(4), pp 959-975, Elsevier.