Resumo

Título do Artigo

O EFEITO DOS PARES COMO DETERMINANTE DO MOTIVO DE ESPECULAÇÃO - ELEMENTO DO CASH HOLDINGS
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Palavras Chave

Efeito dos Pares
Retenção de Caixa
Gestão de Caixa

Área

Finanças

Tema

Gestão Financeira

Autores

Nome
1 - Rodolfo Vieira Nunes
USP - Universidade de São Paulo - FEA/USP
2 - Eduardo Kazuo Kayo
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração

Reumo

A retenção de caixa é considerada uma estratégico que proporciona vantagem competitiva em momentos de restrição financeira, evitando a iliquidez ou o subinvestimento (MORITZEN; SCHANDLBAUER, 2020). A liquidez mostra que o caixa sempre é a primeira opção de liquidez por ser mais acessível no curto prazo. A literatura internacional sofreu uma renovação e ampliação dos estudos sobre o cash holdings (ALMEIDA et al., 2004; ACHARYA et al., 2007; BATES et al., 2009), relacionando a necessidade de retenção de caixa como meio para justificar as condições das estruturas de capitais das companhias.
Os artigos de Chen et al. (2019) e Zhuang et al. (2017) examinaram como a política de cash holding se comporta em mercados competitivos. Os resultados mostram que uma companhia aumentará a retenção de caixa em relação aos seus pares como forma de mitigar movimentos agressivos dos concorrentes. O objetivo deste artigo propõe investigar empiricamente se o efeito dos pares pode ser caracterizado como um dos motivos de liquidez, justificativa para retenção de caixa. Ou seja, o aumento do nível de caixa de uma empresa é influenciada pelas decisões de investimentos dos concorrentes do setor.
Nas últimas décadas o debate sobre os motivos de liquidez ganhou espaço nas discussões, proporcionando um aumento nos estudos que investigam os motivos da retenção de caixa. Muitas das organizações veem as decisões de investimento como um meio de aproveitar as oportunidades de crescimento, contudo dependem do seu nível de caixa. A especulação da liquidez parte do princípio que as empresas fazem a retenção de caixa para mitigar o efeito dos pares, o que possibilitaria aproveitarem futuras oportunidades de investimento que poderiam ser perdidas por falta de caixa (Denis; Sibilkov, 2010).
Para essa pesquisa usamos o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), a principal característica é que o intercepto e os coeficientes angulares são determinados pela somatória dos quadrados dos resíduos seja a menor possível. Dessa forma, os dados são estruturados em um painel curto (quando o número de indivíduos é maior do que a quantidade de anos) não balanceado. Por se tratar de um modelo de painel estático optou-se por não incluir a variável defasada do saldo de caixa (efeito estocástico temporal), exatamente para analisar o efeito das variáveis independentes estocástico temporal.
A Tabela 3 apresenta as regressões, onde o coeficiente Spec é positivo, 0,5741, 0,2842 e 0,2999, e estatisticamente significativo nas três regressões. Os resultados dão suporte a H1, ou seja, o CAPEX mediana dos pares sendo maior que o CAPEX individual das empresas, proporciona um Spec positivo, que significa maior investimento dos concorrentes em relação a empresa. Esse valor influência, via efeito dos pares, as decisões de investimento das companhias e, portanto, proporciona um aumento no nível do cash holdings (CHEN et al., 2019, AL-HADI et al., 2020, MACHOKOTO; CHIPETA; IBEJI, 2021).
Os resultados obtidos revelaram uma relação positiva significativa entre as expectativas de investimento e os níveis de cash holdings. As estimativas obtidas indicam que as empresas americanas retêm caixa com base no motivo de especulação, ou seja, aumentam seus níveis de liquidez em caixa como uma medida para não perder oportunidades de investimentos futuros, revelando assim uma estratégia adotada pelas organizações com o objetivo de manter uma reserva de caixa disponível. Uma vez que o caixa é considerado um meio de financiamento com custo mais baixo em comparação com capital externo.
BATES, T. W.; KAHLE, K. M.; STULZ, R. M. Why do US firms hold so much more cash than they used to?. The Journal of Finance, v. 64, n. 5, p. 1985-2021, 2009. CHEN, Y-W.; CHAN, K.; CHANG, Y. Peer effects on corporate cash holdings. International Review of Economics & Finance, v. 61, p. 213-227, 2019. MACHOKOTO, M.; CHIPETA, C.; IBEJI, N. The institutional determinants of peer effects on corporate cash holdings. Journal of International Financial Markets, Institutions and Money, v. 73, p. 101378, 2021.