Resumo

Título do Artigo

PRINCIPAIS ASPECTOS DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA E SEU CICLO DE VIDA
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Palavras Chave

Turismo de base comunitária
Ciclo de vida
Organização comunitária

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Planejamento e Gestão em Turismo

Autores

Nome
1 - Luana de Oliveira Alves
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Programa de pós Graduação em Administração
2 - Carla Regina Pasa Gómez
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Programa de Pós-graduação em Administração
3 - Paulo Thiago N. B. de Melo
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - UAST

Reumo

O turismo de base comunitária (TBC) baseia-se na ideia de que as comunidades podem e devem ser atores ativos no desenvolvimento e na gestão do turismo em suas áreas, o que o diferencia dos modelos convencionais, nos quais as comunidades locais muitas vezes são marginalizadas e pouco se beneficiam dos fluxos turísticos. De forma geral, tais iniciativas passam por diversas fases ao longo do tempo aqui denominado de ciclo de vida, nesse caso reconhece-se que o modelo de Butler (1980) pode ser aplicado para tais.
Ao examinar o ciclo de vida das iniciativas de Turismo de Base Comunitária (TBC), o desafio reside em superar as barreiras da racionalidade econômica, deslocando o foco da lógica de mercado presente no turismo de massa. Nesse intuito, o objetivo deste artigo consiste em analisar os principais aspectos do turismo de base comunitária nas suas diferentes fases do ciclo de vida.
O modelo do ciclo de vida das áreas turísticas elaborado por Butler (1980) sugere que os destinos passam por seis fases que permitem acompanhar o desenvolvimento e a situação da atividade turística em função do tempo e do número de turistas. Contudo, os destinos turísticos podem não vivenciar as fases tão claramente quanto outros (BUTLER, 1980). Por exemplo, Zapata et al. (2011) ao aplicar o TALC em iniciativas de TBC na Nicarágua, observaram que elas passaram por apenas três fases. Por outro lado Kubickova e Martin (2020) reconhecem o papel do governo que é desconsiderado pelo TALC.
Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas (11), online, utilizando um painel de especialistas, ou seja, pessoas que conhecem a temática do TBC, seja por desenvolverem pesquisas ou por serem participantes e colaboradores de projetos dessas iniciativas. O roteiro de entrevistas foi elaborado com base na categorização levantada com o auxílio da literatura. Utilizando-se do software ATLAS.ti analisou-se os dados por meio da análise de conteúdo, adotando-se a análise temática. Assim, foram levantados 19 códigos descritivos distribuídos e agrupados em seis categorias.
As discussões são explanadas sobre acesso ao mercado, conflitos, formações, governança, infraestrutura e organização comunitária. O acesso ao mercado tem influência nas fases de envolvimento das iniciativas, mas a existência de conflitos é um desarticulador em qualquer fase. As formações são imprescindíveis para a continuidade da experiência turística, contudo a governança tem sido um entrave para a fase de consolidação. A infraestrutura abrange a oferta turística e acesso à recursos básicos, enquanto a organização comunitária envolve outros aspectos importantes para todas as fases.
As discussões apontam uma presença mais forte de alguns aspectos dos TBC em determinadas fases do seu ciclo de vida. Na fase de exploração é importante a sensibilização da comunidade e diversas formações. Na fase de envolvimento/desenvolvimento, é fundamental a construção de parcerias e o estabelecimento de redes de colaboração. Na consolidação, espera-se algum nível de governança, sobretudo as questões de transparência, que fortalecem a confiança entre os membros da comunidade. Quanto à estagnação, pode ocorrer por inúmeros fatores, um deles pode ser a dificuldade de acesso ao mercado.
BUTLER, R. W. The concept of a tourist area cycle of evolution: implications for management of resources. Canadian Geographer/Le Géographe canadien, v. 24, n. 1, p. 5-12, 1980. DODDS, R.; ALI, A.; GALASKI, K. Mobilizing knowledge: determining key elements for success and pitfalls in developing community-based tourism. Current Issues in Tourism, 2018 SANSOLO, D. G.; BURSZTYN, I. Turismo de base comunitária: potencialidade no espaço rural brasileiro. In: BARTHOLO, R.; SANSOLO, D. G.; BURSZTYN, I. (org). Turismo de base comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras, RJ, 2009