Resumo

Título do Artigo

O IMPACTO DA ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA NO RISCO DE ENDIVIDAMENTO: UM ESTUDO COM A GERAÇÃO Z
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Alfabetização Financeira
Risco de Endividamento
Geração Z

Área

Finanças

Tema

Finanças Comportamentais

Autores

Nome
1 - Rômulo César Reisdorfer da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - CCSH
2 - Kelmara Mendes Vieira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Santa Maria
3 - Taiane Keila Matheis
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Santa Maria
4 - Kalinca Léia Becker
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós Graduação em Administração Pública

Reumo

A alfabetização financeira, em especial no que tange a educação financeira sobre produtos, serviços e atividades financeiras (Sun et al. 2020), desempenha um papel crucial em auxiliar as pessoas na escolha de produtos financeiros adequados às suas necessidades (Hasan et al. 2021). Evidências demonstram que famílias mais educadas financeiramente acumulam mais recursos e evitam problemas como o excesso de dívidas e a inadimplência (Vieira et al. 2020; Deuflhard et al. 2019). Por outro lado, baixos níveis de alfabetização financeira tendem a elevar os riscos de endividamento (Lusardi, 2019).
O artigo avalia o impacto da alfabetização financeira no risco de endividamento da geração Z. Não foram identificados na literatura artigos similares com brasileiros, sendo assim o artigo avança ao avaliar a influência de diferentes fatores no risco de endividamento da população jovem do país. Complementarmente, o presente estudo objetiva identificar individualmente o impacto das dimensões da alfabetização financeira e de fatores socioeconômicos sobre o risco do endividamento.
A alfabetização financeira prepara as pessoas para que sejam capazes de gerenciar seus gastos diários (Lusardi, 2019), criar um fundo de emergência (Fan & Henager, 2021) e planejar sua aposentadoria (Yeh, 2022). Por outro lado, a acumulação excessiva de dívidas incorre em consequências, como o risco de falência, restrições de crédito ou mesmo a exclusão do mercado de crédito (Meyll & Pauls, 2019). Assim, a alfabetização financeira e o risco de endividamento andam juntos, estando os baixos níveis de alfabetização financeira associados com uma maior propensão ao endividamento (Gathergood,2012).
A pesquisa contou com uma amostra de 577 respondentes de diferentes regiões do Brasil. Para o instrumento, as questões de comportamento financeiro e atitude financeira foram elaboradas com base nos estudos de Vieira et al. (2021) e Potrich et al. (2015). Para mensurar o conhecimento financeiro foram utilizadas três questões, conhecidas como “big three” e para o risco de endividamento utilizou-se a escala de Abrantes-Braga e Veludo-De-Oliveira (2019). As técnicas de análise utilizadas foram estatísticas descritivas, análise fatorial e regressão múltipla.
O maior impacto na redução do risco do endividamento foi a alfabetização financeira. Também observou-se que maiores renda e escolaridade e ter moradia própria contribuem para a redução do risco. Por outro lado, o comportamento de gastar mais do que ganha aumentam consideravelmente o risco. Quando avaliadas as três dimensões da alfabetização financeira em separado constatou-se que que a atitude e o comportamento financeiro apresentam impactos muito próximos na redução da propensão ao endividamento e superiores ao impacto do conhecimento financeiro.
A fim de construir políticas públicas no Brasil para reduzir a propensão ao endividamento dos jovens da geração Z, sugere-se ações que abarquem as três dimensões da alfabetização financeira, e que sejam direcionadas principalmente aos jovens de baixa renda e escolaridade, que foram identificados como mais vulneráveis ao risco de endividamento.
Abrantes-Braga, F. D. M., & Veludo-de-Oliveira, T. (2020). Help me, I can’t afford it! Antecedents and consequence of risky indebtedness behaviour. European Journal of Marketing, 54(9), 2223-2244. Lusardi, A. (2019). Financial literacy and the need for financial education: evidence and implications. Swiss Journal of Economics and Statistics, 155(1), 1-8. Vieira, K. M., Potrich, A. C. G., & Bressan, A. A. (2020). A proposal of a financial knowledge scale based on item response theory. Journal of Behavioral and Experimental Finance, 28, 100405.