Resumo

Título do Artigo

SUBSÍDIOS GOVERNAMENTAIS E DISPERSÃO REGIONAL INFLUENCIAM A RELAÇÃO ENTRE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E P&D NO DESEMPENHO FINANCEIRO? Evidências em empresas brasileiras do setor energético
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Palavras Chave

Transição energética
Subsídios governamentais
Dispersão geográfica dos negócios

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - Jeanluca Fonseca de Meneses
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Santa Monica
2 - Vinícius Silva Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Fagen
3 - Luciana Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN

Reumo

O crescimento do consumo de energia elétrica é um movimento global associado ao desenvolvimento das sociedades e à qualidade de vida. Porém, pode apresentar problemas ambientais devido à emissão de dióxido de carbono (CO₂) provenientes do consumo de recursos naturais para a produção de energia. Assim, o setor energético necessita atuar no desenvolvimento de tecnologias que auxiliem na diminuição dos impactos ambientais, pois uma empresa pode desfrutar de competitividade sustentável usando seus recursos e capacidades para desenvolver produtos, processos e tecnologias ambientalmente amigáveis.
Pesquisas recentes evidenciam que os recursos financeiros envolvendo projetos de energia renovável custam mais que a não renovável para as organizações, o que pode prejudicar na decisão dos investimentos. Ademais, sugere-se que seja observada a interação desses gastos com variáveis que podem influenciar no desempenho, como localidade, políticas públicas e questões sociais. Assim, propõe-se a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a influência da dispersão geográfica e dos incentivos fiscais na relação dos gastos com P&D e transição energética no desempenho financeiro?
No Brasil, as emissões de CO₂ nos períodos 1990 a 2019 aumentaram em 114%, provenientes de usinas termoelétricas. Projetos em fontes de energias limpas, pode propiciar benefícios econômicos, sociais e ambientais, entretanto o processo de inovação e da transição energética pode exigir atores, fatores, instituições e redes relevantes, o que exige não apenas que o mercado desempenhe o papel de alocação de recursos, mas também Governos. A localização geográfica pode incentivar as empresas a investirem em novos projetos, como o grau de desenvolvimento econômico e regulamentações tributárias.
Examinou-se 58 empresas listadas na bolsa de valores do setor energético brasileiro de 2010 até 2022. Os dados financeiros foram extraídos na Economatica. P&D e transição energética foram coletados manualmente nos demonstrativos financeiros publicados no website da CVM e no portal da ANEEL, no total de 1132 demonstrativos. A dispersão geográfica foi obtida no software trademap e IBGE. Incentivos fiscais foram consultados com base nos projetos financiados informados pela ANEEL. Utilizou-se frequência anual e os dados foram testados pela técnica de regressão linear múltipla em painel no STATA.
A transição energética apresentou correlação positiva com o ROA e ROE, assim depreende-se que empresas que despendem com energia renovável podem ter um melhor retorno financeiro. Contudo, esperava-se que a interação dos incentivos fiscais e transição energética apresentassem correlação negativa, mas observou-se positiva. Ou seja, políticas públicas voltadas a transição energética podem surtir efeitos positivos no desempenho financeiro. Ademais, verificou-se que a interação da localização geográfica com os incentivos fiscais também pode apresentar relação positiva no desempenho financeiro.
Observou-se a influência dos subsídios governamentais e da dispersão geográfica na relação dos gastos com transição energética e P&D no desempenho financeiro de empresas brasileiras. Empresas que despendem em projetos de transição energética podem apresentar melhor desempenho financeiro. Além disto, instalações em regiões menos desenvolvidas, quando incentivadas em projetos de eficiência energética e P&D podem apresentar um melhor retorno financeiro. Corrobora com a teoria RBV e contingencial ao avaliar os recursos únicos das companhias bem como o impacto dos fatores externos no desempenho.
ALAM, M, S., ATIF, M., CHIEN-CHI, C., SOYTAS, U. (2019). Does corporate R&D investment affect firm environmental performance? Evidence from G-6 countries. Energy Economics, 78. 401-411. LEUNG, T. Y., SHARMA, P. (2021). Differences in the impact of R&D intensity and R&D internationalization on firm performance – Mediating role of innovation performance. Journal of Business Research, 131, pp. 81-91. QI, X., Guo, Y., Guo, P., Yao, X., Liu, X. (2022). Do subsidies and R&D investment boost energy transition performance? Evidence from Chinese renewable energy firms, Energy Policy, 164. 112.909.