Resumo

Título do Artigo

DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE DOS GRUPOS PRODUTORES DO SETOR ENERGÉTICO BRASILEIRO, SOB A ÓTICA DE UM INDICADOR DE DESEMPENHO SETORIAL
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Palavras Chave

Competitividade
Etanol
Desempenho Empresarial

Área

Agribusiness

Tema

Estratégia e Competitividade nas cadeias agrícolas

Autores

Nome
1 - Ricardo de Queiroz Machado
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas - FCA
2 - Daniel Henrique Dario Capitani
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas

Reumo

O setor sucroenergético brasileiro passou por profundas e marcantes mudanças a partir do início dos anos 2000, especialmente com a adoção dos motores flexíveis na frota de automóveis nacionais em 2003, expandindo a produção e área produzida, além do crescimento da capacidade de processamento do etanol (MILANEZ; NYKO, 2012; CASTILLO, 2016). A despeito da expansão, a crise de 2008, quebras de safra e intervenção governamental nos mercados energéticos influenciaram a dinâmica do setor, com aumentos de custos, menores investimentos, fusões, aquisições e entrada de novos grupos produtores.
Com base nas mudanças apresentadas, este estudo busca avaliar qual o atual estágio competitivo dos principais grupos atuantes no setor sucroenergético brasileiro. Em específico, dentro do escopo da avaliação da competitividade do setor, objetiva-se (i) calcular um indicador de desempenho empresarial para os grupos sucroenergéticos do país (com capital aberto ou com dados disponíveis); (ii) avaliar quais os determinantes que impactam o indicador de competitividade das empresas em análise, buscando incrementar uma análise ainda incipiente na literatura sobre este setor.
Com base nas mudanças apresentadas, este estudo busca avaliar qual o atual estágio competitivo dos principais grupos atuantes no setor sucroenergético brasileiro. Em específico, dentro do escopo da avaliação da competitividade do setor, objetiva-se (i) calcular um indicador de desempenho empresarial para os grupos sucroenergéticos do país (com capital aberto ou com dados disponíveis); (ii) avaliar quais os determinantes que impactam o indicador de competitividade das empresas em análise, buscando incrementar uma análise ainda incipiente na literatura sobre este setor.
Com base nos dados de 60 grupos produtores, foi construído um índice de desempenho competitivo com base no proposto por Voulgaris e Lemonakis (2014), a partir da margem lucro bruta das empresas do setor e sua variação, bem como o market-share e sua variação, ao longo do período de 2010 a 2021. Na sequência, o índice foi utilizado como variável dependente para quatro modelos de regressão por dados em painel desbalanceado, com efeitos fixo, com diferentes indicadores financeiros como variáveis explicativas, relacionadas à receita, lucro, endividamento, liquidez e escala dessas empresas
A partir dos modelos estimados, verificou-se que os principais determinantes para o referido indicador de competitividade são a dívida de longo prazo, com relação inversa ao desempenho competitivo, a despesa com juros, também com efeito inverso, assim como o tamanho da empresa, mostrando-se estatisticamente significativos aos modelos. Evidencia-se, assim, que o desempenho competitivo dos grupos produtores é afetado de maneira mais explicita pela dívida e custo das dívidas dos grupos, ainda que o tamanho também tenha impacto na determinação da competitividade dos grupos sucroenergéticos.
Os resultados evidenciam que o endividamento e custo do endividamento têm impacto negativo sobre o Índice de Desempenho Competitivo das usinas do setor sucroenergético, ilustrando os impactos da crise instalada a partir do final da década de 2000 e que se perdurou até a segunda metade da década de 2010, com muitos grupos em recuperação judicial e com baixa capacidade de investimento. Ademais, o endividamento de longo prazo tem potencial de reduzir a rentabilidade das empresas, e, consequentemente, a competitividade, tal como apontam Bayaraa (2017), Arthur (2019) e Denny e Granziera (2017).
BAYARAA, B. Financial Performance Determinants of Organizations: The Case of Mongolian Companies. Journal of Competitiveness, v. 9, n. 3, p. 22–33, 2017 CRAGO, C. L. et al. Competitiveness of Brazilian Sugarcane Ethanol Compared to US Corn Ethanol. Department of Agricultural and Consumer Economics, Urbana, IL. p. 1–37, 2010. VOULGARIS, F.; LEMONAKIS, C. Creating a Business Competitiveness Index: An Application to Greek Manufacturing Firms. Journal of Transnational Management, v. 19, n. 3, p. 191–210, 2014.