Resumo

Título do Artigo

RELAÇÕES DE GÊNERO NA GESTÃO UNIVERSITÁRIA: um estudo com mulheres e homens em uma universidade federal
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Palavras Chave

relações de gênero
Trabalho gerencial
universidade

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Milka Alves Correia Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Feac
2 - JOSE RODOLFO TENÓRIO LIMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Arapiraca
3 - Fernanda Roda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Departamento de Ciências Administrativas
4 - Laís Santos Silva
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO (UNIVASF) - Petrolina
5 - Lúcio Francisco Soares Júnior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus A. C. Simões

Reumo

Esta investigação parte do entendimento de que gênero não pode ser tomado como um construto independente do contexto e de outras possíveis relações ali estabelecidas (ECCEL, 2010). Portanto, estudar a interface entre gênero e trabalho mostra-se “um recorte privilegiado para análise das relações de poder, de desigualdades e de consequências da dicotomia masculino e feminino” (ECCEL, 2010, p. 2). Sobre esse aspecto, cabe a reflexão de que as mesmas atitudes discriminatórias encontradas na iniciativa privada também se fazem presentes no serviço público.
A sub-representação feminina em cargos de gerenciais em instituições de ensino superior foi identificada em estudos como os de Siqueira et al. (2016), mas resta ainda uma lacuna de estudos que se debrucem a ouvir as mulheres e homens que chegaram nessas posições, com vistas a lançar luz sobre essa diferença entre gêneros na gestão universitária. Considerando-se esses aspectos, buscou-se responder ao seguinte questionamento: como se caracterizam as relações de gênero na gestão superior de uma universidade federal?
O referencial teórico traz uma breve discussão sobre gênero, mulheres no mercado de trabalho e em cargos de gestão. Para tanto, discute-se os desafios enfrentados pelas mulheres para desempenharem atividades dentro e fora de casa, principalmente apontando-se para o fato de que muitas discriminadas e recriminadas quando decidem encarar a maternidade (TURATTI, 2017). Especificamente sobre mulheres em cargos de gestão, mesmo reconhecendo-se que elas têm conquistado mais espaço no mercado de trabalho, sua representatividade vem mediante o enfrentamento de uma série de obstáculos.
Na busca por respostas à problemática, a metodologia adotada assumiu caráter qualitativo e a coleta de dados se deu por meio de entrevistas semiestruturadas e análise documental. O grupo de participantes da pesquisa foi composto por seis indivíduos que fazem parte da gestão estratégica da Universidade Federal de Alagoas, e ocupam cargo de reitor, vice-reitor, pró-reitor, diretor. Quanto aos dados secundários, foram analisados: regimento interno, relatórios de gestão, documentos referentes ao plano de estratégico, organograma, resoluções, comunicações oficiais escritas, entre outros.
Sobre os critérios de escolha do gestor mudarem ou não de acordo com o sexo do ocupante, houve reforço da percepção de que podem existir diferenças quanto ao gênero. Pode-se destacar com base nos dados da pesquisa, a predominância dos homens em nos cargos estudados. Em três gestões, os homens assumiram o cargo de reitor por duas vezes, representando 66,67% e tendo como vice mulheres. Essa diferença também pôde ser vista quando analisado os cargos de pró-reitores(as). Ou seja, mesmo estando em equivalência de formação e experiência com cargos de gestão, as mulheres ainda enfrentam resistência.
Em consonância com o objetivo geral que norteou esta pesquisa, pode-se destacar que os homens além de serem maioria nos cargos de gestão, ainda são submetidos a menos pressões no tocante a preconceito e ou discriminação e aceitação de suas decisões. O que coloca em desequilíbrio as relações entre os gêneros, penalizando as mulheres não pela qualificação ou competência, mas pelo simples fato de serem mulheres. Observou-se que mesmo em um ambiente de ensino superior federal, há a reprodução do machismo da sociedade brasileira na dinâmica de ocupação e no cotidiano dos cargos de gestão.
AMBROSINI, A. B. A Representação das mulheres como reitoras e vice-reitoras das universidades federais do Brasil: um estudo quantitativo. Anais...XVII Colóquio Internacional de Gestão Universitária, 2017, Mar del Plata, Argentina, 2017. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DIRIGENTES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR (ANDIFES). Disponível em http://www.andifes.org.br/ifes. Acesso em 30 julho de 2018. CANABARRO, J. R. D. S.; SALVAGNI, J. Mulheres líderes: as desigualdades de gênero, carreira e família nas organizações de trabalho. Revista de Gestão e Secretariado, v. 6, n. 2, p. 88-110, 2015.