1 - Maurilio Barbosa de Oliveira da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas
2 - Christiano França da Cunha UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA)
3 - MYLENA NERES NUNES UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO (UNEMAT) - http://lattes.cnpq.br/9548728520882439
4 - Yuri SIlveira Durães UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - ESAN
Reumo
A carne cultivada tem sido apontada como uma promissora alternativa às carnes de origem animal. Apesar disso, seu caráter disruptivo e seu estágio incipiente de desenvolvimento trazem importantes questionamentos quanto à percepção que os consumidores terão com relação a ela.
Diante da necessidade de entender as percepções, as preocupações e as possíveis barreiras à aceitação de carne cultivada, a presente pesquisa tem como objetivo investigar a percepção do consumidor em relação à carne de frango cultivada em laboratório.
Os consumidores têm sido apresentados a conceitos e informações a respeito da carne cultivada e desenvolvido um processo de construção coletiva de conhecimento. Essa elaboração do conhecimento são processos de cognição social e que atuam como auxiliares na construção de significados ligados à alimentação, interferindo nas atitudes individuais dos consumidores, ou seja, estes procedimentos de construção coletiva do conhecimento têm capacidade de interferir diretamente na aceitação de carne cultivada.
Foram estudados, por meio da análise de sentimentos, utilizando ferramentas de análise textual, comentários de um post no Facebook sobre a aprovação da Agência de Alimentos de Cingapura para a venda de carne produzida em laboratório pela startup Eat Just, Inc.
Os resultados revelaram uma variedade de opiniões, ancoradas nas crenças e nas experiências pessoais dos usuários e que refletiram tanto otimismo quanto preocupações. As principais reservas se relacionam à ética, ao sabor, aos efeitos na saúde e à percepção de artificialidade. Em contrapartida, os usuários reconheceram a carne cultivada como benéfica para o meio ambiente e o bem-estar animal.
O estudo conclui que a carne cultivada tem um caminho promissor, desde que as preocupações legítimas dos consumidores sejam abordadas de forma transparente e responsável, respeitando a dinâmica complexa das representações sociais.
Arshad et al., (2017); Baum, Verbeke & e Steur, (2022); Benke & Tomkins (2017); Huotilainen et al. (2006); Jairath et al. (2021); Mancini & Antonioli (2019) Pindado & Barrena (2021); Ploenkutham et al. (2018); Siddiqui et al. (2022); Smetana et al. (2023) &Tian et al. (2016).