Resumo

O conhecimento na organização é um elemento relevante em gestão estratégica como gerador de vantagem competitiva (Pudjiarti & Priagung Hutomo, 2020) e desempenho organizacional (Singh et al., 2021), desde que gere valor interno (Cohen & Levinthal, 1990). A capacidade absortiva das empresas refere-se a sua habilidade na aquisição e exploração do conhecimento (Flatten et al., 2011) e varia ante os impactos divergentes sob o capital humano (Eriksson & Forslund, 2014), como acessos às informações que interferem na aplicabilidade prática do conhecimento e no grau de aproveitamento do conhecimento.

Líderes do setor supermercadista brasileiro localizado.

A universidade é reconhecida como importante veículo de transferência do conhecimento teórico para as organizações. Têm a possibilidade de contribuir como acesso ao conhecimento para fomento da pesquisa e geração de inovações (Andreassi, 2007). Todavia, existem alguns problemas na interação universidade-empresa que dificultam o processo de transferência do conhecimento (Gatti Junior & Yu, 2017). Empresas que contam com a colaboração direta de universidades têm que lidar com vários tipos de barreiras referentes à troca de conhecimento (Bruneel et al., 2010; Hall et al., 2001).

O objetivo é avaliar a relação entre a capacidade absortiva de empresas do setor supermercadista brasileiro com o conhecimento proveniente de universidades e produção de artigos científicos.

Os resultados indicam que todas as etapas da capacidade absortiva: aquisição, assimilação, transformação e exploração que provém da universidade é aproveitado pelo mercado de varejo alimentar, de modo que o conhecimento é adquirido, assimilado e gera valor à organização. Nesse caso a universidade é reconhecida entre os líderes do varejo alimentar desta amostra, como uma fonte reconhecida como geradora do conhecimento. Mas a capacidade absortiva proveniente de artigos científicos não tem relação significativa, não sendo, portanto, uma fonte reconhecida de conhecimento.

Os resultados propõe contribuições gerenciais, norteando melhor aproveitamento do conhecimento para possíveis estratégias de gestão voltadas ao ganho de competitividade e desempenho organizacional. Preconiza, assim, melhorias de desempenho das empresas e fomento à inovação num setor de alta participação na economia e na geração de emprego. Pode desencadear impactos positivos no desenvolvimento econômico, indo ao encontro dos Objetivos do Desenvolvimento Social da Organização das Nações Unidas.