Resumo

Título do Artigo

A PANDEMIA DE COVID-19 EVIDENCIANDO A DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO: expressões de mulheres em home-office
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Palavras Chave

divisão sexual do trabalho
home office
trabalho feminino

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Cecília da Silva
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Duque de Caxias
2 - Ana Carolina de Gouvêa Dantas Motta
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Duque de Caxias

Reumo

Com a intensificação da pandemia, empresas precisaram paralisar total ou parcialmente suas atividades, enquanto outras passaram a adotar a modalidade home office. As mulheres cumpriam a tripla jornada, acumulando a função profissional e a doméstica, com os cuidados com a família. A pandemia trouxe visibilidade à subalternidade feminina na sociedade, demonstrando a conjuntura de desigualdade entre homens e mulheres, destacando a vulnerabilidade delas nessa estrutura patriarcal. Com isso, as mulheres ficaram mais sujeitas à demissão e precarização laboral.
A pandemia gerou uma crise sem precedentes, sobressaltando a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, desempregando milhões de mulheres, gerando um declínio das conquistas femininas já adquiridas. O objetivo deste trabalho foi compreender os impactos da pandemia no que tange ao trabalho das mulheres que estão em home office e seu desdobramento na esfera familiar. Para tanto, foram realizadas entrevistas com 16 mulheres, que exerceram atividades laborais, na modalidade home office, durante a pandemia, todas residentes no Estado do Rio de Janeiro.
Algumas categorias que determinam as desigualdades de gênero que são elas do patriarcado, capitalismo e racismo, essas se unem e eternizam a hierarquia das relações de poder e dominação dos homens em detrimento das mulheres. Sendo tal patriarcado uma questão enraizada ao longo da História, até mesmo, anterior ao capitalismo. Tal como pode ser visto nas apreciações dos autores Pimenta (2014), Diniz (2016), Hirata e Kergoat (2007), Santana (2006), Biroli (2016), Santos, Azevêdo e Souza (2021), Barbosa (2018) e Moura e Nascimento (2019).
Optou-se por utilizar método qualitativo de pesquisa, em busca de aprofundamento do conhecimento da realidade de mulheres que trabalharam na modalidade home office, no período da pandemia de COVID-19, explorando assim a questão da desigualdade de gênero. As entrevistas com as 16 participantes do estudo foram realizadas de forma online, por meio da plataforma do Google Meet, devido à circunstância da pandemia de COVID-19, sendo todas gravadas e transcritas posteriormente para devida análise. O método de análise do Corpus da pesquisa foi a técnica de análise de conteúdo, conforme Bardin (2011).
As mulheres entrevistadas compreendem a necessidade da divisão sexual do trabalho, onde os homens precisam entender que os afazeres domésticos e os cuidados com os filhos são de responsabilidade do homem (pai) e da mulher (mãe). No entanto, elas continuam assumindo esses afazeres mais que os homens. E, mesmo aquelas que entendem a origem dessa desigualdade, como sendo um resíduo de uma sociedade patriarcal que vivemos nos dias de hoje, muitas insistem em conviver com essa carga, sendo que outras ainda se entendem como “donas de casa”, responsáveis por esse trabalho não remunerado.
No cenário vivenciado pelas mulheres verificou-se uma sobrecarga sentida por elas, em ter que conciliar trabalho e família tudo no mesmo espaço, tudo no mesmo momento. Muitas delas vivem realizando múltiplas jornadas, várias atividades ao mesmo tempo, tais como: executar atividades laborais, fazer tarefas domésticas; cuidar dos filhos e ensinar os filhos. Conclui-se que a sobrecarga das mulheres acrescida a outros fatores, como excesso de carga mental, medo de não conseguir atender as expectativas, sensação de sufocamento, irritação, cansaço e desconforto, além de doenças físico e mentais.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. BIROLI, Flávia. Divisão Sexual do Trabalho e Democracia. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 59, n. 3, p. 719-754, 2016. DINIZ, Ana Paula Rodrigues. Feminilidades e masculinidades no trabalho. In: CARRIERI, Alexandre de Pádua; TEIXEIRA, Juliana Cristina; NASCIMENTO, Marco César Ribeiro (Orgs). Gênero e trabalho: perspectivas, possibilidades e desafios no campo dos estudos organizacionais. Bahia: EDUFBA, 2016. p. 131-158. HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos