Resumo

Título do Artigo

“PERMITA QUE EU FALE, NÃO AS MINHAS CICATRIZES” : UMA ANÁLISE INTERSECCIONAL SOBRE MÉDICAS NEGRAS NO BRASIL
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho

Palavras Chave

MULHERES NEGRAS
MEDICINA
INTERSECCIONALIDADE

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Epistemologias e Ontologias em Estudos Organizacionais

Autores

Nome
1 - Louise Rodrigues Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - LAVRAS
2 - Flávia Luciana Naves Mafra
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - DAE
3 - Caroline Rodrigues Silva
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - EAESP

Reumo

O recorte de classe em uma profissão extremamente elitizada, pois a medicina é o curso privado mais caro e mais concorrido no setor público no Brasil. Quando analisamos interseccionalmente esses dados precisamos entender qual os desafios enfrentados pelas mulheres, negras e classe média na medicina. Foi justamente na reflexão propiciada por esta ligação simbólica e discursiva, entre os contextos sócio histórico e cultural brasileiro e as relações interseccionais, as quais não se produzem no vácuo.
Entender contextos sócio histórico e cultural brasileiro e as relações interseccionais, as quais não se produzem no vácuo, que este artigo tem como objetivo compreender interseccionalmente quais os desafios enfrentados por mulheres negras médicas no Brasil. Para tal, pretende-se compreender como tais fatores geram consequências para a ascensão social de mulheres e fatores necessários para decolonizar uma profissão elitizada no Brasil.
Enegrecer o Feminismo é a expressão que vem sendo utilizada para designar a trajetória das mulheres negras no interior do movimento feminista brasileiro. Conforme a autora, a expressão tem como significado dissertar sobre o peso da questão racial no que se refere ao acesso às políticas públicas, à incidência da violência, à saúde e ao mercado de trabalho, capazes de produzir e reproduzir disparidades e privilégios.
Essa pesquisa tem como base dados obtidos em uma pesquisa de mestrado. Ressalta-se que esse artigo é de cunho qualitativo e se caracteriza por ser uma abordagem que permite perceber as diferentes interações presentes nos contextos sociais, constituídas e constituintes das sujeitas. As sujeitas de pesquisa foram médicas que já estão exercendo a profissão, devido à dificuldade de encontrar mulheres negras na medicina, foi possível entrar em contato online com médicas que estão por todo Brasil, encontrei pelo Instagram um coletivo nomeado “NegreX”.
Relacionar tantas histórias de sonhos e cicatrizes vividas pelas mulheres negras entrevistadas nessa pesquisa. Somadas às cicatrizes imputadas por algozes, na história e no presente, temos também as resistências e existências e é assim que gostaríamos de sermos definidas. . Ainda que a luta, a resistência e os processos para a sobrevivência transpassem suas histórias: viver, existir, ser feliz, ser respeitada, ter direitos de estar em todos os espaços e em todas as profissões é também parte dessa trajetória de carreira.
Buscou-se responder à questão de pesquisa cujo propósito é compreender interseccionalmente quais os desafios enfrentados pelas mulheres negras médicas no Brasil. A partir das narrativas, conseguimos destacar as múltiplas opressões vividas pelas entrevistadas. A conexão de interseccionalidade com o trabalho está ligada a uma colcha customizada entre opressões, resistências e existências e, por isso, foi necessário analisar todos os contextos em que as mulheres negras são inseridas, ao longo da sua trajetória, respeitando-se suas pluralidades.
BAIRROS, L. Nossos Feminismos Revisitados. In: Dossiê Mulheres Negras – Matilde Ribeiro (org.). Revista Estudos Feministas, Florianópolis/SC, CFH/CCE/UFSC, v.3 n. 3, 1995. BROWN, A.D.; TOYOKI, S. Identity Work and Legitimacy. Organization Studies, [s. l.], v. 34, n. 7, p. 875–896, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0170840612467158 BRUNER, J. Atos de significação. 2. ed. Trad. Sandra Costa. São Paulo: Artmed, 2002. CALDWELL, K.L. Negras in Brazil. 1. ed. New Brunswick, New Jersey, and London: Rutgers University Press, 2007. (.....)