Resumo

Título do Artigo

ATHENA SWAN CHARTER E AS POLÍTICAS E PRÁTICAS DE EQUIDADE DE GÊNERO NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR NO SUL DO BRASIL
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Palavras Chave

Equidade de gênero
Políticas
Práticas

Área

Gestão da Inovação

Tema

Dimensões Criativas, Comportamentais e Culturais da Inovação

Autores

Nome
1 - Emília Adams Hilgert
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
2 - Fernanda Maciel Reichert
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração

Reumo

Mulheres foram afastadas da educação e da ciência. Enquanto homens, priorizavam carreiras, elas centravam-se no casamento (LETA, 2003). Hoje, mulheres são 56% dos ingressantes em universidades brasileiras, 57% das matrículas nas Universidades e 59% dos concluintes de graduação (BRASIL, 2020). Porém, têm menos chances de conseguir um emprego na área de formação (OECD, 2019) e, apesar de terem a maioria dos títulos de doutorado, serem a maioria dos docentes do ensino superior, seguem sendo a minoria nas posições mais altas da carreira acadêmica (MOSCHKOVICH; ALMEIDA, 2015).
Iniciativas como a do Athena SWAN Charter (ASC), colaboram para a promoção de igualdade de gênero na academia e no mercado de trabalho. O objetivo deste trabalho é mapear a existência de políticas e práticas semelhantes às do ASC em Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) do sul do Brasil, tendo como base os 10 princípios chave da iniciativa, identificando, analisando e comparando as ações nas IFES com o que é proposto nos princípios chave do Athena SWAN Charter.
Quando mulheres passaram a ter educação profissional, o equilíbrio entre o lugar aceito para elas e o desejo profissional foi encontrado no magistério, provocando uma densa entrada feminina na docência, vista como uma extensão da maternidade (LIMA, 2013). Com os anos, a professora-mãe deu lugar à pesquisadora, em um ambiente científico androcêntrico, que desconsidera aqueles diferentes (RAGO, 1998). Na universidade, organização formal, complexa e política (YAMAMOTO; ICHIKAWA, 2007), porém, elas são excluídas de forma implícita, tendo seus feitos científicos invisibilizados (LIMA, 2013).
Este trabalho mapeou políticas e práticas institucionais de equidade de gênero em 10 IFES do sul do Brasil e as comparou com os 10 princípios-chave da iniciativa Athena Swan Charter. Foram feitas pesquisa qualitativa, de dados secundários, e pesquisa documental nos canais de comunicação oficiais das instituições, buscando as palavras-chave: gênero, equidade, igualdade, ciência, mulheres, STEM, LGBT e transgênero. O roteiro da análise com base em pontos relevantes do ASC. De posse dos dados, foi realizada uma análise do conteúdo coletado na pesquisa documental.
Foram entendidas como políticas de equidade de gênero aquelas iniciativas e ações de nível institucional das IFES. Como práticas, foram consideradas ações não-institucionais e efêmeras, de ocorrência pontual. Foram mapeados 610 itens em todas IFES analisadas, classificados entre políticas e práticas de equidade de gênero. Os itens tinham semelhança a 80% dos Princípios-Chave. Foram considerados como práticas 84% dos itens e como políticas, 16%.
AS IFES do sul do Brasil têm políticas e práticas semelhantes às do ASC e agem para promover a equidade de gênero em seus ambientes, desde que não se exija comprometimento das instâncias superiores das instituições. Com uma população de cerca de 150 mil pessoas, as IFES têm homens ocupando os cargos mais altos, de maior prestígio acadêmico e financeiro. Cargos administrativos e discentes, porém, têm maioria de mulheres, sofrendo impactos do Teto de Vidro (ALTMAN et al, 2005), que impede mulheres de atingir os postos hierárquicos altos nas suas carreiras.
BRASIL. Censo da Educação Superior. 2020. LETA. As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso. 2003. OECD. Education at a Glance 2019: OECD Indicators. 2019. MOSCHKOVICH; ALMEIDA. Desigualdades de Gênero na Carreira Acadêmica no Brasil. 2015. RAGO. Epistemologia feminista, gênero e história. 2000. YAMAMOTO; ICHIKAWA. Representações sociais da ciência: o que dizem as mulheres pesquisadoras da Universidade Estadual de Maringá. 2007. ALTMAN; SIMPSON; BARUCH; BURKE. Reframing the 'glass ceiling' debate. 2005.