Resumo

Título do Artigo

ARTE E TATUAGEM: O SENTIDO DO TRABALHO PARA MULHERES
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Palavras Chave

sentido do trabalho
tatuadoras
mulheres na tatuagem

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Valores, Sentidos e Vínculos no/do trabalho

Autores

Nome
1 - Fernanda Cavalheiro Ruffino Rauber
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - DAE
2 - Fernanda de Aguiar Zanola
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras
3 - Mônica Carvalho Alves Cappelle
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - DAE/PPGA
4 - Beatriz Silveira Silva
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO (UNEMAT) - Nova Mutum

Reumo

A prática de tatuagens tem variado ao longo da história, com diferentes motivos, formas e grupos envolvidos. No Brasil, mulheres tatuadas eram estigmatizadas como promíscuas, especialmente as prostitutas. A imprensa contribuiu para a associação errônea da tatuagem feminina com estigmas sociais. Hoje, o trabalho como tatuadora é debatido em termos de sua legitimidade no mercado de trabalho. Para elas, ser tatuadora não é apenas sobre remuneração, mas também prazer, flexibilidade, liberdade e autonomia financeira, apesar dos desafios enfrentados.
Mesmo com novos significados em torno do tema, qual será o sentido e o significado do trabalho com a tatuagem para mulheres que decidiram fazer dessa a sua profissão? Uma vez que o trabalho com a tatuagem é alvo de debates a respeito de suas finalidades, alcances, limitações e legitimidade no mercado de trabalho ao longo do tempo em contextos sociais distintos, esse artigo propõe uma investigação para compreender o sentido do trabalho para mulheres que atuam no ramo da tatuagem.
O trabalho pode ser interpretado de diferentes formas, e essas interpretações variam de acordo com o indivíduo que o desempenha (Bitencourt et al., 2011). Os estereótipos de gênero existentes no âmbito empresarial chegam a gerar desconforto para as mulheres, a sociedade espera um comportamento de mãe, não de empresária delas (Cramer et al., 2012; Vale et al., 2011). Mesmo com o pioneirismo feminino, no final da década de 1990, Marques (1997) registra a diferença existente entre homens e mulheres exercendo o oficio da tatuagem.
Utilizando uma abordagem qualitativa e interpretativa, foram conduzidas entrevistas narrativas que buscaram compreender a percepção das tatuadoras. Através de técnica projetiva, as tatuadoras produziram desenhos que projetavam os sentidos que elas atribuem ao seu trabalho. Os dados levantados foram analisados sob a análise narrativa temática, sendo complementados com as anotações do diário de campo.
O trabalho das tatuadoras vai além da remuneração, envolvendo prazer, flexibilidade e liberdade. Enfrentam desafios como pressão familiar e resistência masculina, mas expressam amor pela profissão. Os desenhos produzidos por elas refletem seus significados pessoais e reforçam suas narrativas. Futuros estudos podem explorar aprendizagem, design de produtos e estilos de tatuagem. A tatuagem e o trabalho das tatuadoras são complexos, envolvendo aceitação, preconceito e estigma na sociedade.
A tatuagem feminina no Brasil enfrentou desigualdades e lacunas de registro, mas houve um aumento de tatuadoras reconhecidas. O trabalho delas vai além da remuneração, envolvendo prazer, flexibilidade e liberdade. Buscam romper padrões e encontrar autonomia financeira. Apesar das barreiras, expressam entusiasmo e perspectivas positivas. Sugestões para estudos futuros incluem aprendizagem, design das ferramentas, melhorias na prática e estilos de tatuagem. Contribuem para ampliar o conhecimento do campo.
Barron, L. (2020). Tatto and popular culture: Cultural Representations in Ink. Emerald Publishing Limited. Colomby, R. K., & Costa, S. G. da. (2018). Perspectives on labor polysemy: theoretical foundations and study possibilities. RAM. Revista de Administração Mackenzie. Jeha, S. (2019). Uma história da tatuagem no Brasil: do século XIX à decada de 1970. Veneta. Perez, C. C. (2022). Mulheres invisíveis: o viés dos dados em um mundo projetado para homens. Tradução Renata Guerra. Intríncica.