Resumo

O crescimento constante da Tecnologia de Informação e Comunicação [TICs] nos últimos anos apresenta grande influência nas organizações e nos indivíduos (MAHAPATRA, PATI, 2021). A indústria de software, cresceu em importância nos últimos anos, tendo como, principal função criar e adaptar softwares (MICHAEL PAGE, 2023). Logo, ambientes exigentes podem gerar estresse e desencadear a Síndrome de Burnout ou conduzir ao technostress (FRANÇA E RODRIGUES, 1997).

Buscando compreender as questões que circundam o technostress e a Síndrome de Burnout no ramo de desenvolvimento de sistemas, surge o seguinte questionamento: Qual o impacto do technostress na propensão de Burnout dos trabalhadores de uma empresa de desenvolvimento de softwares na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul? Para tanto, tem-se como objetivo geral: Identificar qual o impacto do technostress na propensão de Burnout dos trabalhadores de uma empresa de desenvolvimento de softwares na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

A adoção de softwares assim como das TIC facilita os processos de negócios, redefine antigas estruturas organizacionais e cria novas oportunidades de trabalho. Para tanto, pode surgir o estresse tecnológico, no qual refere-se ao fenômeno de estresse experimentado pelos usuários finais em uma organização como resultado do uso das TICs (TARAFDAR et a., 2007). Logo, o Burnout trata-se na verdade de uma resposta ao estresse acarretado pelo trabalho, aparecendo quando as estratégias de enfrentamento do funcionário falham (FRANÇA E RODRIGUES, 1997).

O estudo se caracteriza como quantitativo descritivo, cuja população são trabalhadores do ramo do desenvolvimento de software. A coleta foi realizada através de uma survey online e o instrumento é composto pela escala de Technostress e da Síndrome de Burnout. No que tange as análises, foram realizadas estatísticas descritivas, correlação entre o technostress e o burnout e regressão linear múltipla.

Dos 71 respondentes a maioria é do gênero masculino e com idade média de 32 anos. Ainda, 52,8% das variações da dimensão Esgotamento Emocional (EE) podem ser explicadas pelo Technostress, quanto maior a Technosobrecarga maior será o Esgotamento Emocional, quanto maior a Technoinvasão, maior será o Esgotamento Emocional do indivíduo. Com a regressão linear evidenciou-se que o segundo modelo testado explica 24,5% das variações do Baixo Envolvimento Pessoal no Trabalho. Em relação ao modelo de Despersonalização, 41,2% das variações podem ser explicadas pelo technostress.

Foi possível concluir que em grande maioria a amostra tem indivíduos do gênero masculino, assemelhando-se ao que evidencia-se no contexto das empresas desenvolvedoras de software. Bem como, uma variação de idade entre 19 à 65 anos e 35,2% dos colaboradores possuem ensino superior completo. Além disso, foi possível observar que 52,8% das variações da dimensão Esgotamento Emocional (EE) da Síndrome de Burnout podem ser explicadas pelo Technostress.

FRANÇA, A. C.L.; RODRIGUES, A.L. Stress e trabalho: guia básico com abordagem psicossomática. São Paulo: Atlas. 1997. MAHAPATRA, M.; PATI, S. P. Technostress creators and burnout: a job demands-resources perspective. In: Proceedings of the 2018 ACM SIGMIS conference on computers and people research. p. 70-77, 2018. MWAKAJE, A.G. Information and communication technology for rural farmers market access in Tanzani. Journal of Information Technology Impact, v. 10, n. 2, p. 111-128, 2010. TARAFDAR, M., TU, Q., RAGU-NATHAN, B. S., RAGU-NATHAN, T. S. The impact of technostress on role stress and