Resumo

Título do Artigo

A PARTICIPAÇÃO DOS CONTADORES NA GESTÃO PÚBLICA: UM OLHAR SOB A PERSPECTIVA DA OPEN STRATEGY
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Palavras Chave

Open strategy
Contadores
Gestão pública.

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Processo Estratégico nas Organizações

Autores

Nome
1 - Aline Maria Wonsoski
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - MCR
2 - Jaqueline de Paula Siqueira da Costa
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - Campos Cascavel
3 - Silvana Anita Walter
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ (UNIOESTE) - Marechal Cândido Rondon
4 - Eduardo Guedes Villar
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA (IFSC) - Campus Caçador

Reumo

A estratégia aberta é uma abordagem que passa a entender o fazer estratégico a partir da inclusão de múltiplos atores e da necessidade da transparência de informações na elaboração e implementação das estratégias em organizações. Para a estratégia aberta todos os envolvidos podem contribuir de alguma forma no processo decisório, e tem como elementos de destaque o olhar aos stakeholders, buscando compreender como a transparência e inclusão contribuem para a formação das estratégias. O contador é um profissional que desempenha um papel crucial no processo da estratégia aberta no setor público.
Em função da complexificação e instabilidade nas questões ambientais, o planejamento estratégico não pode mais perene. As organizações demandam abordagens mais flexíveis, e abertas, em um processo adaptável e contínuo. Assim, a estratégia aberta se volta a colaboração e participação entre diferentes níveis hierárquicos, e busca integrar uma variedade de conhecimentos sobre o fazer estratégico (Hautz, Seidl & Whittington, 2017). Este estudo tem como objetivo compreender como ocorre a participação dos contadores na gestão estratégica de organizações públicas sob a perspectiva da open strategy.
O conceito “estratégia aberta” foi cunhado por Whittington, Cailluet e Yakis-Douglas (2011), ao entenderem que o movimento de abertura em organizações era um fenômeno amplo, que sobrepassava a dimensão da inovação aberta (Chesbrough & Appleyard, 2007). O processo de abertura da estratégia se caracteriza pela ampliação da transparência de informações e pela inclusão de atores ao envolver tanto os internos quanto os externos à organização. A inclusão é voltada à reflexão sobre a participação de múltiplos atores, envolvidos no papel decisório estratégico (Hautz, Seidl & Whittington, 2017).
Esta pesquisa adota uma abordagem qualitativa e se baseia no trabalho de Merriam e Tisdell (2016) para compreender os significados atribuídos aos fenômenos sociais. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 14 contadores que atuam em prefeituras paranaenses. Diferentes formas de teorização para o campo organizacional foram apontadas por Cornelissen et al. (2021), entre elas, a “teorização como processo”, utilizada nessa pesquisa. A análise dos dados ocorreu de forma indutiva, ou seja, sem imposição prévia de categorias (Gioia et al., 2021).
Como resultados da análise emergiram de forma indutiva 4 dimensões e 7 subdimensões, sendo elas: Dimensão Pressões do Ambiente Externo (Subdimensões: Planejador de Rotinas Administrativas; Aprendizado Constante); Dimensão Pressão do Ambiente Interno Aspectos Políticos (Subdimensão: Administrador de Conflito de Interesses); Dimensão Domínio Técnico (Subdimensões: Consultor Interno e Autonomia; e Dimensão Sócio Cognitiva (Subdimensões: Rede de Colaboração; Confiança e Proximidade).
A inclusão do contador não é um processo óbvio, pois, apesar do seu domínio técnico e normativo sobre os atos e ações estratégicos da organização, em função de sua atribuição “reguladora”, este pode ser excluído ou distanciado do processo estratégico, em função dos interesses políticos das gestões. Em função da sua posição em relação às informações de movimentação financeira, patrimônio e controle, a atuação do contador parece ser mais difícil de ser dispensada pelo agente político. Para tanto, a própria necessidade de transparência no fazer estratégico contribui na inclusão do contador.
Chesbrough, H. W., & Appleyard, M. M. (2007). Open Innovation and Strategy. California Management Review, 50 (1), 57-76. Hautz, J., Seidl, D., & Whittington, R. (2017). Open Strategy: Dimensions, Dilemmas, Dynamics. Long Range Planning, 50 (3), 298-309. Whittington, R., Cailluet, L., & Yakis-Douglas, B. (2011). Opening Strategy: Evolution of a Precarious Profession. British Journal of Management, 22 (3), 531-544. Gioia, D. A., Corley, K. G., & Hamilton, A. L. (2013). Seeking qualitative rigor in inductive research: Notes on the Gioia methodology. Organizational research methods, 16(1), 15-31