Resumo

A TI permite que as empresas aumentem a flexibilidade de seus recursos, assim como a capacidade inovação de uma empresa é capaz de oferecer a flexibilidade de configurar recursos em sistemas de atividades que podem gerar rentabilidade (RAVICHANDRAN, 2018), implantando os efeitos da competência em TI por meio de outras capacidades (LIU et al., 2013; OH; TEO; SAMBAMURTHY, 2012) e influenciando no desempenho da organização por meio do uso efetivo das funcionalidades de TI no suporte das atividades (PAVLOU; SAWY, 2006).

O ambiente dos Polos e/ou Parques Tecnológicos propicia um contexto para a pesquisa, pois Capacidade de Inovação são influenciadores e condicionantes no processo de desempenho das organizações que possuem Competência em TI. Nesse sentido, buscou-se responder à questão de pesquisa que norteou o estudo: Qual é a relação entre a Competência em Tecnologia de Informação e a Capacidade de Inovação em empresas de base tecnológica? O objetivo geral: Analisar a relação entre a Competência em TI e a Capacidade de inovação nas empresas de base tecnológicas em Polos e/ou Parques Tecnológicos Brasileiros.

As dimensões do construto Competência em TI: Infraestrutura da TI, Abrangência de negócios da TI, Postura proativa da TI, Conhecimento do negócio da TI, Integração da TI e Flexibilidade da TI, Lu, Ramamurthy (2011); Crawford, Leonard, Jones (2011); Ngai, Chau, Chan (2011); Guite, Perez (2019). O construto Capacidade da Inovação, estabelecido com base no estudo de Ravichandran (2018), e as dimensões delimitadas e validadas por Wang e Ahmed (2004) e Wang e Ahmed (2007): Inovação de processo, Inovação de produto, Inovação comportamental, Inovação estratégica e Inovação de mercado.

Método quantitativo, testando hipóteses, com aplicação de questionário eletrônico, utilizou escala do tipo Likert, na modelagem de equações estruturais (SEM). O método de amostragem adotado é a não-probabilística, utilizando o software G*Power®, versão 3.1.9.2, com amostra de 88 empresas. Foi direcionado às empresas distribuídas entre 27 Polos e/ou Parques Tecnológicos, presentes em todas as regiões brasileiras, obtendo 107 respostas válidas. Usou a técnica estatística multivariada, Modelagem em Equações Estruturais (MEE) (HAIR JR et al., 2005), por meio do modelo formal de PLS.

A competência em TI e a Capacidade de Inovação possuem uma forte ligação, cujos resultados demonstram uma relação positiva e uma forte influência da competência em TI na Capacidade de Inovação, o que propicia ações que auxiliam na agilidade e desempenho das organizações (RAVICHANDRAN, 2018). A competência em TI tem forte influência em todas as dimensões da Capacidade de Inovação, apresentando coeficiente de caminhos fortes para as dimensões Inovação de Processo, Inovação de Produto, Inovação Comportamental, Inovação de Mercado e Inovação Estratégica.

O modelo proposto, possibilita compreender o apoio que a tecnologia propicia para aprimorar estratégias e processos de negócios, alinhando aos objetivos organizacionais, assim como, a sinergia entre as atividades de negócio em TI e a inovação, que se traduz em uma resposta rápida e eficaz para o mercado. Os resultados demonstram que as organizações buscam competências necessárias para competir em mercados em constante mudança, inovando sempre para o mercado e clientes. Mas a competência em TI necessita da relação com ativos complementares para melhorar o desempenho da organização.

CRAWFORD, J.; LEONARD, L. N. K.; JONES, K. The human resource’s influence in shaping IT competence. Industrial Management & Data Systems, v. 111, n. 2, p. 164–183, 2011. LU, Y.; RAMAMURTHY, K. (RAM). Understanding the link between information technology capability and organizational agility: an empirical examination. MIS Quarterly, v. 35, n. 4, p. 931–954, 2011. RAVICHANDRAN, T. Exploring the relationships between IT competence, innovation capacity and organizational agility. Journal of Strategic Information Systems, v. 27, n. 1, p. 22–42, 2018.