Resumo

Título do Artigo

DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O FECHAMENTO DE MINAS: ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITABIRA
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Palavras Chave

Fechamento de minas
Licença Social para Operar
Minero-Dependência

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégias ESG e Sustentabilidade Corporativa

Autores

Nome
1 - Jacques Demajorovic
Centro Universitário da FEI-SP - Administração
2 - Rodrigo Silva Barreto
Centro Universitário da FEI-SP - Administração
3 - ADRIANO AUGUSTO FRANCA PIMENTA
Centro Universitario FEI - SÃO PAULO
4 - Guilherme Pinto Caçador
Centro Universitário da FEI-SP - Administração
5 - Frederico Dornellas Martins Quintão
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Coração Eucarístico

Reumo

A mineração gera empregos e renda, mas também conflitos e dependência econômica. A discussão dos impactos sociais do fechamento de minas, um fenômeno recente, é crítica. O caso de Itabira (MG), onde o encerramento da mineração está previsto para 2041, exemplifica o desafio de enfrentar dependência econômica e definir um futuro pós-mineração.
A pergunta de pesquisa que guia este trabalho é como o contexto histórico e os impactos sociais desafiam o processo de fechamento de minas em Itabira. Para tanto, tem-se como objetivo analisar os principais desafios e perspectivas para um processo de fechamento na cidade de Itabira.
O fechamento de minas causa impactos socioeconômicos e ambientais significativos, com efeitos intensificados em áreas economicamente dependentes da mineração (KIVINEN; VARTIAINEN; KUMPULA, 2018; MEASHAM; WALTON; FELTON, 2021). Este fenômeno, conhecido como "Minério-Dependência", perpetua a vulnerabilidade socioeconômica (FONTOURA et al, 2019). Estudos recentes focam em planejamento e gestão para mitigar esses impactos (Everingham et al., 2022; BAINTON; HOLCOMBE, 2018). Porém, os impactos sociais e identitários são frequentemente negligenciados (MONOSKY; KEELING, 2021).
Esta pesquisa adota uma abordagem qualitativa para explorar o fechamento de minas e seus impactos sociais, com um estudo de caso de Itabira, o primeiro grande empreendimento mineiro no Brasil. Os dados foram coletados através de observação, análise documental e entrevistas com stakeholders. As fontes de dados incluíram dados socioeconômicos de Itabira e participação em fóruns do Projeto de Reconversão Econômica em Territórios Minerários. As entrevistas, organizadas em 3 eixos, foram transcritas e analisadas usando análise de conteúdo.
A pesquisa confirmou a dificuldade de Itabira em diversificar sua economia após décadas de atividade minerária. As relações paternalistas da Vale e a dependência econômica da mineração levaram à estagnação de outras indústrias. Apesar de perspectivas para diversificação, como turismo e saúde, a pesquisa identificou barreiras como o risco hídrico e a baixa governança local. A Vale e a comunidade local têm sido passivas em relação à transição econômica, e a queda do valor do negócio da mineradora em Itabira também contribui para a resistência à mudança.
O estudo ilustra o desafio da transição pós-mineração em Itabira, destacando questões como identidade social, governança frágil e riscos hídricos. A pesquisa enfatiza a necessidade de se ir além da reparação ambiental, buscando a reconstrução da identidade pós-mineração da comunidade. O engajamento crítico, o empoderamento comunitário e o diálogo contínuo entre os stakeholders são fundamentais para a transição. Políticas inovadoras podem assim assegurar um legado da mineração, mitigando impactos sociais e promovendo equidade e desenvolvimento sustentável.
KIVINEN, S.; VARTIAINEN, K.; KUMPULA, T. People and post-mining environments: PPGIS mapping of landscape values, knowledge needs, and future perspectives in northern Finland. Land, v. 7, n. 4, p. 151, 2018 MEASHAM, T.; WALTON, A.; FELTON, S.. Mining heritage and community identity in the social licence of proposed renewed mining. The Extractive Industries and Society, v. 8, n. 3, p. 100891, 2021 FONTOURA, Y. et al. “Da lama ao caos”: reflexões sobre a crise ambiental e as relações Estado-empresa-sociedade. Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, v 6, n. 15, p. 17-41, 2019 (...)