Resumo

Título do Artigo

Em Cenários de Risco no Ambiente de Negócios: Esperar ou Atacar? O Efeito Moderador da Autoestima no Risco Individual em um Experimento Empreendedor
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Palavras Chave

Risco individual
Autoestima de desempenho
Experimento

Área

Empreendedorismo

Tema

Redes de Empreendedores, Desenvolvimento Regional e Microempreendedorismo

Autores

Nome
1 - Antonio Benedito de Oliveira Junior
Faculdade Sebrae - Cultura Empreendedora

Reumo

Decisões e avaliações de risco permeiam muitas atividades humanas cotidianas. Embora o risco seja muito estudado em diferentes áreas, ainda não há um consenso na literatura de risco se o empreendedor deve arriscar mais, menos ou do mesmo modo que os não empreendedores. Por outro lado, muito pouca pesquisa explorou a influência de fatores psicológicos, como a autoestima, nas atitudes de risco no ambiente de negócios do país. A taxa de mortalidade até cinco anos das micro e pequenas empresas (MPE), em 2020, variou de 17% a 29%, reforçando a dificuldade de manter MPE ao longo dos anos no Brasil.
Há uma falta de consenso na literatura de risco em que não há uma linha de pesquisa dominante. Além disso, embora a autoestima seja muito estudada na psicologia e marketing, ainda é pouco usada no empreendedorismo. Pesquisas em empreendedorismo, mais especificamente no Brasil, quase não utilizam experimentos. O objetivo deste artigo é testar o comportamento de risco individual no ambiente de negócios do país frente a dois cenários (risco vs. segurança), bem como mostrar o efeito moderador da autoestima de desempenho (baixa vs. elevada) nessa relação por meio de uma relação de causa e efeito.
Essencial para entender o empreendedorismo, talvez mais explícito na chamada visão de "julgamento", é o aspecto especulativo da ação de mercado, ou o impacto da incerteza (Alvarez & Barney, 2005), ou do risco (Xu & Ruef, 2004). O risco individual refere-se à propensão para agir com ousadia mesmo em situações em que há risco envolvido (Bolton & Lane, 2012). A influência da autoestima ainda não foi extensivamente examinada na literatura de empreendedorismo, mesmo considerando que as características psicológicas dos empreendedores afetem seu processo de tomada de decisão (Sharma et al, 2020).
Utilizou-se um experimento. O estudo 1 compara a atitude em relação ao risco individual, manipulando-se o cenário (risco vs. segurança) do ambiente de negócios, que será afetada pela autoestima de desempenho (baixa vs. elevada) da pessoa. Assim, utilizou-se uma manipulação entre sujeitos para o ambiente de negócios no país frente a dois cenários (risco vs. segurança) como variável independente chave, mediu-se a atitude em relação ao risco individual como uma variável dependente, e mediu-se a autoestima de desempenho (baixa vs. elevada) como variável moderadora contínua, em um design 2 x 2 x 1.
Os resultados encontrados suportaram todas as hipóteses. As pessoas têm uma atitude mais favorável em relação ao risco individual em um ambiente de negócios com cenário de segurança do que de risco. Mais ainda, comprovou o efeito moderador da autoestima de desempenho (baixa vs. elevada) nessa relação. Para pessoas de baixa autoestima, o risco individual será maior para o ambiente de negócios com cenário de segurança do que no cenário de risco, enquanto para pessoas com elevada autoestima, não houve diferença significativa entre os cenários (risco vs. segurança) para o risco individual.
Os resultados confirmaram que as pessoas preferem arriscar em cenários de segurança do que risco, devido à própria natureza do ser humano de ser averso ao risco porque está defendendo, em última instância, a sua própria sobrevivência. Esses resultados se confirmaram para pessoas de baixa autoestima que são mais inseguras, porém para as de elevada autoestima não houve diferença significativa entre os cenários. Os resultados contribuem para a expansão do conhecimento teórico sobre o risco individual e sua relação com a autoestima de desempenho por meio de uma relação de causa e efeito.
Alvarez, S., & Barney, J. B. (2005). How Do Entrepreneurs Organize Firms Under Conditions of Uncertainty? Journal of Management, 31(October), 776-793. Bolton, D. L., & Lane, M. D. (2012). Individual entrepreneurial orientation: development of a measurement instrument. Education + Training, 54(2/3), 219-233. Sharma, G. D. et al. (2021). Neuroentrepreneurship: an integrative review and research agenda. Entrepreneurship & Regional Development, 33(9-10), 863-893. Xu, H., & Ruef, M. (2004). The myth of the risk-tolerant entrepreneur. Strategic Organization, 2(4), 331-355.