Resumo

Acompanhando as revoluções técnico-científicas com inovações marcantes - desde trocas comerciais e criação dos bancos, passando pelo mercado de créditos e ações e derivados financeiros, culminando na ascensão das transações digitais - o setor financeiro tem sido dominado pela era digital, tornando seus serviços mais acessíveis, rápidos e personalizados (DINIZ, 2021). Apesar dos desafios, os bancos tradicionais ainda são conhecidos como fortes concorrentes, também fazendo uso das tecnologias financeiras a seu favor. Entre esses bancos se destacam os bancos públicos.

apesar de ter missão e visão diferentes de outras instituições financeiras, ainda é essencial que um banco público seja capaz de responder às mudanças no seu mercado, porque além de seu desempenho ser de interesse de toda a sociedade por serem ativos governamentais, eles ainda precisam de respostas eficientes para resistirem e sobreviverem. Diante disso, o artigo tem como objetivo compreender como um banco público responde às mudanças no mercado.

As tecnologias disruptivas também são menos custosas, estruturalmente mais simples, e mais acessíveis, e seu desenvolvimento se inicia em empresas estabelecidas, que avaliam negativamente a viabilidade econômica dela (CHRISTENSEN, 2012). Entre os setores afetados pelas tecnologias disruptivas há o setor bancário, com bancos há muito consolidados sendo chamados de “tradicionais”, enquanto os bancos digitais oferecem produtos baratos, simples e acessíveis como resposta às inovações financeiras ocorridas ao longo do tempo (KARIMI; WALTER, 2015).

Esta pesquisa possui abordagem qualitativa e caráter exploratório e descritivo. O método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso único conduzido num banco público. O estudo de caso foi conduzido por meio de um protocolo específico. As fontes de evidências foram documentos e entrevistas. Os documentos utilizados foram os relatórios anuais de desempenho e apresentações institucionais de 2010 a 2021. Os entrevistados foram funcionários diretamente ligados à gestão de inovação dentro do banco.

Há preferência pelas inovações relacionadas à automatização de processos e ao aprimoramento do atendimento aos clientes, os quais são efeitos da necessidade de adequação ao comportamento dos usuários de serviços financeiros. Bancos tradicionais e digitais puderam usufruir dessa evolução no setor, que possibilitou negócios mais enxutos. Ao aplicar as inovações identificadas na automatização de processos se busca uma eficiência operacional que, quando consolidada, viabiliza o desenvolvimento/adoção de soluções para o consumidor.

Um banco público responde às mudanças no mercado financeiro considerando as suas peculiaridades e possibilidades, se posicionando estrategicamente em vez de aderir a inovações somente por serem tendências de mercado. Essas instituições não são tão ágeis em suas reações quanto todo o setor bancário, mas ao considerarem a dualidade de papéis, como desenvolvedores locais e empresas de capital aberto, são coerentes com as demandas do seu público e com o que lhes é permitido.

CHRISTENSEN, C. O dilema da Inovação: quando as tecnologias levam empresas ao fracasso. São Paulo: M. Books do Brasil Editora Ltda, 2012. DINIZ, B. A nova lógica financeira. 1ª ed. São Paulo: Gente Autoridade, 2021. KARIMI, J.; WALTER, Z. The role of dynamic capabilities in responding to digital disruption: a factor-based study of the newspaper industry. Journal of Management Information Systems, vol. 32, n. 1, pp. 39-81, jan. 2015;