Resumo

Título do Artigo

Levantamento dos Mecanismos de Defesa do Ego Frente à Deterioração do Trabalho Docente Universitário durante e Pós-Pandemia da Covid-19
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho

Palavras Chave

Psicodinâmica do Trabalho
Mecanismos de Defesa do Ego
Professores Universitários

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Bem-estar e Mal-estar no trabalho

Autores

Nome
1 - Denilson Aparecida Leite Freire
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Administração, Ciências Contábeis, Engenharia da Produção e Serviço Social (FACES)
2 - Noézia Maria Ramos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN - Faculdade de Gestão e Negócios
3 - Lina Eiko Nakata
Fundação Instituto de Administração - FIA - Proced

Reumo

O trabalho docente é uma atividade que vem se transformando a cada mudança tecnológica, política, econômica ou social, é afetado por essas diversas transformações, impacta no bem-estar psíquico e físico do professor, sofre com a mercantilização do ensino que é regido pelas leis do mercado e tem se intensificado gradativamente, ano após ano, sobrepondo o objetivo central que é conduzir o indivíduo ao conhecimento. As mudanças ocorridas no modo de operacionalizar e exercer a profissão docente tem adoecido os professores.
É possível observar que, mesmo diante de um cenário precário, muitos professores não adoecem. O que leva ao seguinte questionamento: por quê, em um cenário precário, muitos docentes não adoeceram? O objetivo desse trabalho foi levantar os principais mecanismos de defesa psíquica utilizada pelos professores universitários da região do Triângulo Mineiro e Goiás no enfrentamento às deteriorações do trabalho no período pandêmico (2020) e pós-pandêmico (2022), comparando se houveram mudanças significativas em tais mecanismos.
A saúde do professor tem sido tema de investigações nos últimos 20 anos, por pesquisadores de variadas áreas do conhecimento (DELCOR et al., 2004; ARAUJO et al., 2005; BENEVIDES-PEREIRA et al., 2008), sendo Codo (1999) e Lemos (2005) os estudos que se sobressaem quando se trata das preocupações com a saúde do professor brasileiro. Essas autoras apontam que os fatores mais destacados são referentes ao trabalho exercido, o excesso de trabalho, a precarização do trabalho, a perda de autonomia, a sobrecarga de trabalho burocrático e as condições de vida dos alunos.
A pesquisa foi do tipo descritiva, por meio da aplicação da Escala de Mecanismo de Defesa do Ego (EMD-13), estruturada e validada por Freire et al. (2021). Para a aplicação da pesquisa, a escala foi aplicada nos períodos de 2020 e 2022, durante e após a pandemia da Covid-19, por meio de uma survey eletrônica enviada a professores universitários do triângulo Mineiro e do estado de Goiás. Por meio da Análise Fatorial Exploratória, a escala foi validada e redimensionada para ser composta por 13 fatores e passou a ser intitulada como Escala de Mecanismo de Defesa de 13 fatores ou EMD-13.
Os resultados apontaram que o mecanismo de defesa que mais apareceu, no ano pandêmico, foi o da idealização, o que não ocorreu em 2022. Além disso, os resultados apontaram para aparecimento de mecanismos de defesa em relação às variáveis demográficas, com destaque para o mecanismo de idealização presente com maior intensidade em mulheres, do setor privado, de 31 a 40 anos e casadas, em 2020. Já o mecanismo reparação apareceu maior entre os homens, de 31 a 40 anos, divorciados e percebendo qualquer nível salarial.
Chama a atenção na quantidade de mecanismos de defesa utilizados pelos professores no ano da pandemia, 2020 em contraste com 2022, revelando o forte impacto da pandemia para esses profissionais. Já em 2022 destaque para a quantidade de mecanismos entre os indivíduos na faixa de 31 a 40 anos e divorciados e percebendo mais de 10 salários mínimos.
CODO, W. (Org.). Educação: Carinho e Trabalho. Burnout, a síndrome da desistência do educador, que pode levar à falência da educação. Petrópolis: Vozes, 1999. LEMOS, J. C. Cargas psíquicas no trabalho e processos de saúde em professores universitários. Tese de doutorado. Florianópolis: UFSC, 2005.