Resumo

Título do Artigo

Uso de dados visuais na pesquisa fenomenográfica discursiva: um guia para pesquisadores
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Palavras Chave

pesquisa qualitativa
fenomenografia
dados visuais

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - NILVANE BOEHM MANTHEY
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - Univali
2 - Éverton Luís Pellizzaro de Lorenzi Cancellier
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA (UDESC) - Departamento de Administração Empresarial
3 - Carlos Ricardo Rossetto
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ (UNIVALI) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA

Reumo

O objetivo deste estudo é esclarecer as etapas de desenvolvimento e uso de dados visuais na pesquisa fenomenográfica discursiva. As pesquisas que utilizam dados visuais têm como referência a perspectiva interpretativa, e fazem parte dos recursos de livre associação (figuras, desenhos, fotografias e dramatizações), interessantes para serem usadas em triangulação de dados. Dados visuais utilizados na pesquisa fenomenográfica, possibilitam auxiliar na apresentação do espaço de resultado do fenômeno pesquisado.
O estudo é destinado a alunos de pós graduação, por apresentar possibilidades da utilização de dados visuais (nuvem de palavras e imagens gráficas) congruente com a abordagem fenomenográfica. Para tanto, buscou-se a literatura do tema, com o qual estruturou-se o modo de aplicação da nuvem de palavras e a construção de imagens gráficas, utilizadas em dois momentos durante o desenvolvimento da pesquisa fenomenográfica: 1) ao final entrevista individual, para apresentar o espaço de resultados aos integrantes do grupo de foco; 2) na fase de apresentação dos resultados.
A fenomenografia surgiu como estratégia de pesquisa na área da educação, sendo desenvolvida e aplicada por pesquisadores educacionais da Göteborgs Universitet na Suécia, liderada por Ference Marton (Marton & Säljö, 1976; Marton, 1981; 1986; Hasselgren & Beach, 1997; Akerlind, 2005, 2012). Com o objetivo de apresentar concepções que contemplam as diferentes maneiras de compreensão de um fenômeno, apresenta um mapa da mente coletiva a respeito do fenômeno, proporcionando a análise e compreensão das experiências (Marton, 1981; Hasselgren & Beach, 1997).
Mediante pesquisa fenomenografica, realizou-se entrevista com 16 participantes, que geraram 22 horas e 46 minutos de áudio transcrito, e entrevistas com grupo de foco geraram 3 horas e 10 minutos de áudio (total de três grupos de foco). O tamanho do corpus da amostra transcrito para a análise totalizou 420 páginas, que resultaram no espaço de resultado para o qual utilizou-se de dados visuais para representação
As imagens gráficas as concepções do espaço de resultado resultante da entrevista fenomenográfica individual, foram utilizadas na condução dos grupos de foco, bem como na apresentação dos resultados de pesquisa. Para o desenvolvimento da pesquisa com o grupo de foco, o envio prévio das imagens gráficas representantes do espaço de resultados oriundos da entrevista individual, proporcionou criar uma relação interpessoal interessante para compreensão do resultado gerado na pesquisa, pois a expressão individual das percepções foi ganhando respaldo entre os participantes.
Percebeu-se que os entrevistados conseguiram articular a expressão das vivências que resultaram no espaço de resultados em menor tempo e conectando ricamente os elementos e relações relatadas nas entrevistas individuais. O objetivo da apresentação das imagens gráficas não é de que os indivíduos se reconheçam dentro de uma categoria do espaço de resultado, mas sim, verificar se os entrevistados veem as categorias como abrangentes considerando todas as possíveis perspectivas acerca do fenômeno (Bowden, 2005).
ÅKERLIND, G. Variation and commonality in phenomenographic research methods, Higher Education Research & Development, 24:4, 321-334, 2005. AKERLIND, G. S. Variation and commonality in phenomenographic research methods. Higher Education Research & Development, V. 31, n.1, p. 115-127, 2012. AKERLIND, G. S. What Future for Phenomenographic Research? On Continuity and Development in the Phenomenography and Variation Theory Research Tradition. Scandinavian Journal of Educational Research, 1–10, 2017. ALCADIPANI, R. Violência e masculinidade nas relações de trabalho: imagens do campo em pesquisa