Resumo

Este ensaio é resultado parcial do estudo desenvolvido na tese de doutorado em andamento e tem como objetivo propor um modelo de sustentabilidade aplicado para a cadeia produtiva da carne bovina brasileira. Nas últimas décadas os mercados global e local estão cada vez mais exigentes por produtos que não possuem relação com degradação ambiental, problemas sociais, que possuem identificação desde sua origem, proporcionado pela rastreabilidade desses produtos, principalmente em relação às atividades relacionados ao agronegócio (BAZANINI, VILANOVA e RYNGELBLUM, 2022).

Problema: como os pressupostos da ESG acompanhados dos pilares do Stakeholder Capitalism tendem a criam valor para os stakeholders da cadeia produtiva da carne bovina? Objetivo: propor um modelo de sustentabilidade aplicado para a cadeia produtiva da carne bovina brasileira.

A fundamentação teórica está ancorada nas controvérsias do modelo Stakeholder Capitalism (BEBER; RANGEL, 2020; BEBCHUK; TALLARITA, 2020) nos pressupostos da Environmental, Social and Corporate Governance –ESG (AOUADI; MARSAT, 2020), tendo como suporte primário o modelo Triple Bottom Line (ELKINGTON, 1994) relacionados ao Fórum Econômico Mundial (2020) e a “Declaração de propósitos” do Business Roundtable (2020), o mais influente lobby empresarial dos Estados Unidos, ao anunciar a adoção dos preceitos do modelo Stakeholders Capitalism como pertinente para se analisar cenários futuros.

Os modelos de sustentabilidade identificados, sejam eles modelos corporativos, quanto modelos da literatura tem como base os princípios do Triple Botton Line, da ESG e do Stakeholder Capitalism. O modelo Vilanova e Bazanini de sustentabilidade para cadeia produtiva da carne bovina é baseado nas dimensões da ESG acrescido da dimensão governança e possui como diferenciais indicadores que buscam extrair às especificidades da cadeia produtiva da carne bovina e da região Sudoeste Matogrossense, onde a pesquisa de campo se dará.

O Stakeholders Capitalism apresenta uma nova visão de capitalismo, ainda com certo pragmatismo. No entanto com um foco no social com o intuito de se encontrar equilíbrio entre a busca do ganho corporativo por meio de resultados financeiros e, ao mesmo tempo, atender as múltiplas demandas dos sociais. Todavia, essa visão pode ser corrompida pelo emprego de práticas de greenwashing que se constitui em ameaça para os diversos aspectos da sustentabilidade, dentre as quais, impedir o engajamento da sociedade e propaganda enganosa.

AOUADI, A.; MARSAT, S. Do ESG controversies matter for firm value? Evidence from international data. Journal of Business Ethics, v. 151, n. 4, p. 1027-1047, 2018. BEBCHUK, L. A.; TALLARITA, R. The illusory promise of stakeholder governance. Cornell L. Rev., v. 106, p. 91, 2020. BEBER, A. J.; RANGEL, R. R. Stakeholder Capitalism: um ensaio sobre o novo capitalismo pragmático e social. Revista Metropolitana de Governança Corporativa, v. 5, n. 1, p. 60, 2020. FAMA, E. F. Contract costs, stakeholder capitalism, and ESG. European Financial Management, v. 27, n. 2, p. 189-195, 2021.