Resumo

Título do Artigo

PESSOAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NO AMBIENTE DE TRABALHO: A NEURODIVERSIDADE COMO UM CAMINHO PARA ATINGIMENTO DOS ODS
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Palavras Chave

Neurodiversidade
Organizações
ODS

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Débora Cunha Romanov
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienópolis

Reumo

Discussões a respeito da neurodiversidade tem ocupado posição relevante nas pesquisas relacionadas às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ambiente de trabalho nos últimos anos. Paralelamente, cada vez mais as organizações avaliam caminhos para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), dentre os quais se encontra o ODS-8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), que busca a promoção do emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos, incluindo pessoas com deficiência.
Os objetivos deste estudo foram, portanto (i) inicialmente, por meio de uma revisão sistemática da literatura (RSL), identificar os principais achados a respeito da neurodiversidade e pessoas com TEA no ambiente de trabalho; (ii) após, por meio de uma análise qualitativa, avaliar em que medida esses resultados poderiam nortear a promoção de meios para o atingimento do ODS 8 pelas organizações; e (iii) ao final, indicar oportunidades para futuras pesquisas e desenvolvimento do tema.
A neurodiversidade tornou-se um conceito central nos debates a respeito dos direitos e interesses de pessoas com TEA (HUGHES, 2021). Há. no entanto, poucas pesquisas empíricas em larga escala que têm como objetivo investigar a vida profissional de adultos com TEA, sem deficiência intelectual concomitante (BALDWIN; COSTLEY; WARREN, 2014). O ODS 8 é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável, que tem ênfase na promoção de crescimento econômico sustentável e inclusivo, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos (BRAGANZA et al., 2021), inclusive pessoas com deficiência.
De forma geral, nota-se que, pelas considerações realizadas nos estudos empíricos da RSL, em especial quanto aos métodos utilizados, que ainda faltam dados que suportem a prática pelas organizações da neurodiversidade no trabalho, capaz de configurar um ambiente de trabalho inclusivo, alinhado com o ODS 8. Por outro lado, os modelos teóricos identficados na RSL parecem ter suas premissas alinhadas com a proposta do ODS8.
Observou-se uma aparente baixa produção científica a respeito da neurodiversidade e das pessoas com TEA no ambiente de trabalho, tanto em estudos empíricos quanto teóricos. Quanto à relação entre a neurodiversidade e os ODS propriamente ditos, em especial o ODS 8, diante dos resultados obtidos para esse trabalho, verifica-se que ainda há diversas oportunidades para pesquisas, inclusive empíricas, para que sejam obtidas evidências mais claras acerca da promoção do trabalho decente e crescimento econômico, do emprego pleno e produtivo para todos, incluindo pessoas consideradas neurodivergentes.
BALDWIN, Susanna; COSTLEY, Debra; WARREN, Anthony. Employment Activities and Experiences of Adults with High-Functioning Autism and Asperger’s Disorder. J Autism Dev Disord, 2014. DOI 10.1007/s10803-014-2112-z; BRAGANZA, Ashley; CHEN, Weifeng; CANHOTO, Ana; SAP, Serap. Productive employment and decent work: the impact of AI adoption on psychological contracts, job engagement and employee trust. Journal of Business Research, v. 131, p. 485-494, 2021; HUGHES, Jonathan A. Does the heterogeneity of autism undermine the neurodiversity paradigm? Bioethics, v. 35, 2021, p. 47–60.