Resumo

Título do Artigo

ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA DAS MULHERES: NEM TODAS SÃO IGUAIS!
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Palavras Chave

Alfabetização financeira
Gênero
Diferenças.

Área

Finanças

Tema

Finanças Comportamentais

Autores

Nome
1 - Ana Carolina Constante Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Santa Maria/RS
2 - Kalinca Léia Becker
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós Graduação em Administração Pública

Reumo

Quase totalidade dos estudos demonstra que as mulheres são menos alfabetizadas financeiramente do que os homens (Fauzi et al., 2020; Hauff et al., 2020; Kadoya & Khan, 2020; Karakurum-Ozdemir, 2019; Tinghög et al., 2021). Ao mesmo tempo, a literatura apresenta evidências de que outras variáveis de perfil interferem na alfabetização financeira como grau de instrução, raça, renda, idade, estado civil, ocupação e número de dependentes (Kadoya & Khan, 2020; Klapeer & Lusardi, 2020; Garg & Singh, 2018).
A literatura apresenta amplas evidências de que as mulheres são menos alfabetizadas que os homens, entretanto, pouco se sabe sobre as diferenças existentes entre as mulheres. Em vista disso o objetivo do estudo é identificar se e como os diferentes perfis interferem no nível de alfabetização financeira das mulheres.
A alfabetização financeira é um tema emergente, que a literatura dos últimos trinta anos vêm estudando para compreender o impacto da mesmo no bem estar dos indivíduos, desde a juventude até a velhice (Fornero & Lo Prete, 2023). Pesquisas desenvolvidas mostram que baixos níveis de alfabetização financeira afetam países desenvolvidos e subdesenvolvidos, com ênfase a subgrugos vistos como vulneráveis, como mulheres, indivíduos com baixa escolaridade e renda (Lusardi & Messy, 2023). Nesse sentido é necessário entender os gaps existentes, juntamente com o esclarecimento do termo utilizado.
Essa pesquisa foi aplicada entre outubro de 2021 e janeiro de 2022, distribuídos em 12 capitais e 20 cidades interioranas de todas as regiões brasileiras. Com uma amostra mínima de 1750 mulheres. O instrumento foi estruturado em vinte e seis questões, onde o primeiro é formado por questões de perfil e segundo bloco é formado pelas questões da pesquisa elaborada por Vieira et al. (2023) e Potrich et al. (2015). As técnicas utilizadas são estatística descritiva, teste Anova e regressão.
Verificou-se que o fator que mais influência no modelo utilizado pela alfabetização financeira é o comportamento financeiro com peso de 0,770. Para a alfabetização financeira todas as variáveis já apontadas pela literatura obtiveram diferenças significativas no teste Anova. Mulheres não brancas, com baixa renda e baixo grau de instrução obtiveram os piores resultados apontados pela regressão.
Mulheres pretas, com baixa escolaridade e renda foram as que mais apresentaram gaps para a alfabetização financeira. Diante disso, se faz necessário que o governo, instituições financeiras, organizações não governamentais, instituições de ensino abracem a causa dos resultados encontrados nessa pesquisa, para que se possa construir um país que seja de, ao mesmo tempo, reduzir o analfabetismo financeiro e suas amplas diferenças, que levam a uma menor inclusão financeira e bem estar financeiro de uma parcela significativa da população.
Lusardi, A., & Messy, F. A. (2023). The importance of financial literacy and its impact on financial wellbeing. Journal of Financial Literacy and Wellbeing, 1(1), 1-11. Vieira, K. M., Matheis, T. K., Bressan, A. A., Potrich, A. C. G., Klein, L. L., & Rosenblum, T. O. A. (2023). Construction and validation of a perceived financial well-being scale (PFWBS). International Journal of Bank Marketing, 41(1), 179-209. Hooks, Bell. (2019). Feminism is for everybody. In: Ideals and Ideologies. Routledge.