Resumo

A seguridade social é uma importante política social responsável por garantir que o trabalhador mantenha sua condição financeira após a aposentadoria, mantendo assim seu bem-estar. Assim, ao final de 2016, com o intuito de atender aos interesses do capital financeiro (SILVA, 2019) houve uma nova proposta de reforma da previdência social, justificada pelo governo, como uma forma de reduzir os recursos do orçamento da União para as políticas sociais e ampliar os recursos para remuneração dos juros e encargos da dívida pública.

Neste sentido, este artigo se propõe analisar a influência da Reforma da Previdência sobre o planejamento de carreira de mulheres entre 30 e 40 anos, em particular as que serão mais afetadas por esta reforma.

A ideia de carreira costuma ser vista como um caminho a ser trilhado profissionalmente em busca da estabilidade do indivíduo no emprego dentro de uma organização (GUERRA, 2007). Nas organizações, a ideia de carreira está ligada à ocupação e à profissão como plano estratégico a ser executado. Segundo Hall (1976), o termo "carreira" pode se referir tanto à mobilidade ocupacional (um caminho a ser seguido) quanto à estabilidade ocupacional (uma carreira como profissão).

Partindo-se dos pressupostos, da metodologia e dos objetivos que orientaram a presente pesquisa, definimos as delimitações em que esta foi desenvolvida. A investigação teve como orientação central o tema Carreira e Reforma da Previdência. A composição do corpus foi possível por meio de entrevistas semiestruturadas. Os critérios para definição dos sujeitos da pesquisa são: mulheres, com faixa etária entre 30-40 anos, de origens sociais diferentes, mas que possuam nível superior e que estejam no mercado de trabalho.

Na direção do objetivo pretendido da pesquisa, ainda que não esteja totalmente concluída, é possível apresentar algumas conclusões preliminares. As entrevistadas entendem o termo “carreira " como uma série de estratégias que devem ser planejadas para atingir seus objetivos profissionais. Além disso, de acordo com o que foi revelado, fica claro que a disparidade profissional entre homens e mulheres não impossibilita o aumento da participação feminina no mercado de trabalho.

A partir da análise inicial desta pesquisa, acreditamos que um dos fatores que mais vai afetar essa geração entre 30 e 40 anos é a mudança no cálculo do benefício previdenciário, onde a pessoa pode se aposentar com 60 % dos 80 % do salário médio de contribuição após atingir o tempo de contribuição. Na prática isso pode significar um valor de aposentadoria muito menor do que o imaginado, o que pode até inviabilizar o período popularmente imaginado sem trabalho remunerado.

ANTUNES, R. Desenhando a nova morfologia do trabalho no Brasil. Estudos Avançados, v. 28, n. 81, p. 39–53, 2014. COSTANZI, R. N. et al. Reforma da previdência social. Desafios da Nação: artigos de apoio, organizado por João Alberto De Negri, Bruno César Araújo e Ricardo Bacelette, p. 129-192, 2018 BRASIL. Nova Previdência: https://www.brasil.gov.br/novaprevidencia/, acesso 04 de janeiro de 2020 BELTRAMINI, L. de M.; CEPELLOS, V. M.; PEREIRA, J. J.. Mulheres Jovens,“Teto de Vidro” e Estratégias Para o Enfrentamento de Paredes de Cristal. Revista de Administração de Empresas, v. 62, 2022.