Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS NA ECONOMIA CIRCULAR: FRAMEWORK PARA ESTUDOS VISANDO ALTA CIRCULARIDADE
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Palavras Chave

Economia Circular
Teorias da Prática
Framework

Área

Operações

Tema

Economia Circular

Autores

Nome
1 - Maira Petrini
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL (PUCRS) - Faculdade de Administração
2 - Silvia Marcia Russi De Domenico
Pesquisadora autônoma - São Paulo
3 - Daniela Viegas da Costa-Nascimento
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA (UNA) - Centro Universitário Unihorizontes

Reumo

A Economia Circular (EC) busca um novo modelo econômico que seja mais eficiente e menos dependente de recursos e energia não renováveis. Tendo em vista o potencial da EC para transformação de práticas sociais, propomos fazê-lo, neste artigo, a partir da concepção de Shove, Pantzar e Watson (2012, p.2), para quem a promoção de meios para uma vida mais sustentável “podem e devem estar fundamentados na compreensão dos elementos pelos quais práticas e sistemas de práticas são formadas e do tecido conector que os mantém juntos”.
Propor um framework para investigação da Economia Circular à luz da teoria de práticas sociais de Shove et al. (2012), procurando sistematizar futuras pesquisas acadêmicas no campo da EC, que possam contribuir para a problematização e transformação do modelo econômico linear . O quadro referencial proposto integra três principais eixos: (E1) a estratégia dos Rs como forma de organização das práticas que levam a implementar o pensamento circular, (E2) as conexões entre os três elementos que configuram uma prática – materiais, competências e significados e (E3) os atores sociais relevantes.
Shove et al. (2012) consideram materiais (objetos, infraestrutura, ferramentas, hardware e o corpo dos praticantes em si) um dos elementos das práticas. Juntam-se as competências, que englobam todo tipo de conhecimento incorporado e significados, abarcando o que Reckwitz (2002) apontou como atividades mentais, emoções e motivação. Somente quando os três elementos estiverem unidos com laços relativamente fortes, formando um “bloco” (Reckwitz, 2002), a prática-como-entidade é reconhecida como tal, podendo ser reforçada ou modificada a partir da prática-como-performance pela ação de praticantes.
Práticas são dependentes do que já foi construído e são situadas. Para que práticas da EC, como é o caso de Reciclar, se outras práticas da economia linear começaram a ser reduzidas, como a de descartar embalagens. No entanto, se somente a prática de Reciclar for privilegiada (como ocorre, inclusive, nas pesquisas acadêmicas), outros Rs de maior circularidade terão dificuldade de constituir práticas com conexões fortes. Portanto, um conjunto de elementos e de ações de praticantes são necessárias para que novas práticas se formem e, mais do que isso, se consolidem.
Apesar de haver uma profusão de “fazeres”, como podem ser compreendidos os diversos Rs dos modelos circulares, para que esses fazeres existam enquanto práticas sociais, em diversos tempos e espaços, é necessário, pela teoria da prática de Shove, a interconexão entre materiais, competências e significados - elementos que as constituem e a existência de praticantes que possam ser carreadores das práticas, transportando materiais, saberes e significados, tornando as conexões entre os elementos mais fortes ou mais fracas, a depender dos materiais, saberes e significados por eles focalizados.
Potting, J. et al. (2017). Circular economy: measuring innovation in the product chain (No. 2544). The Hague: PBL Publishers. Reckwitz, A. (2002). Toward a Theory of Social Practices: A development in culturalist theorizing. European Journal of Social Theory, 5(1), 243-263. Shatzki (2001). Practice mind-ed orders. In T. Shatziki, K. K. Cetina, & E. von Savigny: The pratcice turn in contemporary theory. Routledge, pp. 50-63. Shove, E.; Pantzar, M. &Watson, M. (2012). The Dynamics of Social Practice: Everyday Life and How It Changes; SAGE: Newbury Park, CA, USA.