Resumo

Título do Artigo

OS EFEITOS DA PARTICIPAÇÃO FEMININA NO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DO CONTROLE FAMILIAR NO GERENCIAMENTO REAL DE RESULTADOS
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Palavras Chave

PARTICIPAÇÃO FEMININA NO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
CONTROLE FAMILIAR
GERENCIAMENTO REAL DE RESULTADOS

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Fernanda Ernesto Machado Felix de Castro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
2 - Fernanda Maciel Peixoto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
3 - Duterval Jesuka
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Programa de Pós-Graduação em Administração-PPGA//Faculdade de Gestão e Negócios

Reumo

O Conselho de Administração (CA) é um mecanismo de governança importante que tem a responsabilidade de dirigir a estratégia da organização e proteger os interesses dos parceiros da firma. Quando uma empresa tem um CA eficiente, ela consegue reduzir a assimetria informacional e controlar o oportunismo dos agentes, reduzindo possíveis incentivos para a alteração dos resultados reportados. Atribui-se ao conselho de administração uma função relevante de liderança e tomada de decisão, além de representar uma ferramenta eficaz para minimizar os riscos de manipulação de informações das empresas.
Evidências apontam que o conselho de administração representa um importante instrumento para a redução de práticas de gerenciamento real de resultados, que embora permitidas contábil e legalmente, podem gerar falta de transparência para os resultados empresariais. Entretanto, existe uma lacuna na literatura sobre esta relação no cenário brasileiro. Neste contexto, este trabalho tem o objetivo de analisar a relação entre a participação de mulheres no Conselho de Administração e o nível de Real Earnings Management de firmas brasileiras integrantes do índice IBRX100 no período 2010 a 2020.
A preocupação com a presença de mulheres na alta administração das firmas vem crescendo e recebendo mais atenção em economias emergentes. A literatura mostra que as empresas de familiares tendem a ser influenciadas para além dos interesses corporativos, aproximando-se da dinâmica das relações familiares. Assim sendo, a presença de mulheres é benéfica à governança e à redução do gerenciamento de resultados financeiros (Saona et al., 2018). Neste sentido, espera-se que essas conselheiras possam agir, a partir de seus papéis familiares, como influências positivas aos Conselhos de Administração.
Considerou-se uma amostra de 100 empresas listadas na B3 e componentes do índice IBRX100 em outubro de 2021. Os dados foram coletados no Economática® e nos Formulários de Referência da CVM. A variável dependente foi calculada baseando-se no estudo de Roychowdhury (2006), tendo em vista mensurar a manipulação das atividades reais das empresas. Aplicou-se um modelo de regressão com dados em painel com efeitos fixos conforme apontado pelo teste de Hausman. Foram realizados os testes de Wooldridge e de Wald que demonstraram a não incidência de heterocedasticidade e autocorrelação nos modelos.
Os resultados mostram que as empresas familiares têm maior propensão a gerenciarem os resultados reais, corroborando a literatura. A interação entre a presença de mulheres nos CAs e o controle familiar apresentou uma relação negativa e significante com o gerenciamento de resultados, indicando que a presença de mulher nos conselhos de empresas familiares é um fator relevante.Considerando que nesse ambiente, no qual se mistura dinâmica familiar-corporativa, a presença feminina tem influência positiva nos processos decisórios, especialmente no que fiz respeito a questões éticas e de transparência
Ao confirmar as hipóteses dos estudo, constatou-se que o protagonismo feminino no ambiente dos conselhos de empresas familiares é de extrema relevância, visto que embora exista propensão destas firmas de realizarem maior gerenciamento de resultados, ao assumir papéis de liderança e tomada de decisões, as mulheres podem reduzir o gerenciamento real de resultados e gerar transparência e credibilidade para a firma. A participação de mulheres nos CAs é uma questão de justiça, respeito aos direitos fundamentais e aos pressupostos de uma boa governança.
Orazalin, N. (2019). Board gender diversity, corporate governance, and earnings management: Evidence from an emerging market. Gender in Management: An International Journal, 35(1), 37-60. Costa, L., de Oliveira Sampaio, J., & Flores, E. S. (2019). Gender Diversity in Board of Directors and the Relationship between Performance and Financial Risk in Family Firms. RAC - Revista de AdministraçãoContemporânea, 23(6),721-738 Kyaw, K., Olugbode, M., & Petracci, B. (2015). Does gender diverse board mean less earnings management?. Finance Research Letters, 14, 135-141