Resumo

A construção de uma cultura organizacional inovadora é almejada por muitas empresas no cenário competitivo atual, especialmente em função dos ganhos de produtividade e rentabilidade advindos das inovações. O papel dos gestores ganha relevância por serem protagonistas na viabilização da inovação junto às equipes. O framework teórico proposto demonstra a relação entre os constructos abordados em uma estrutura-base para uma organização voltada à inovação, elencando os seus elementos principais e destacando as competências gerenciais que fomentam a implementação de inovações gerenciais.

Qual a relação entre competências gerenciais e inovações gerenciais no contexto de uma cultura organizacional inovadora? A busca pela resposta leva ao objetivo geral deste estudo que é apresentar um framework teórico que relacione as competências gerenciais e as inovações gerenciais para a construção de uma cultura organizacional inovadora. Foram estabelecidos três objetivos específicos: (1) Caracterizar uma cultura organizacional inovadora; (2) Levantar as competências gerenciais que favorecem a implementação inovações, e (3) Compreender o fenômeno das inovações gerenciais nas organizações.

Segundo Pinho et al. (2021), os líderes são desafiados a construir ambientes propícios à inovação e “as competências gerenciais representam elementos-chave no processo de viabilização das inovações gerenciais”. Quinn et al. (2003) apresentou as competências gerenciais com base nos papéis da liderança. As inovações gerenciais estimulam a proposta de novas práticas, métodos, procedimentos e estruturas organizacionais (DAMANPOUR, 2014) e impactam a produtividade, rentabilidade, eficiência e eficácia dos processos (BIRKINSHAW; HAMEL; MOL, 2008).

Um conjunto de ações articuladas ao longo do tempo podem construir uma cultura inovadora. É possível presumir que outras competências de liderança possam ser incluídas no framework visto que o modelo de Quinn et al. (2003), apesar de ser amplamente explorado em diversos estudos, não é exaustivo. O framework em si não é capaz de indicar quais competências gerenciais devem ser priorizadas. Para isso, seria necessário um estudo prático a fim de determinar quais dessas competências gerenciais podem gerar resultados mais rápidos. Surge assim uma possível agenda de estudos.

De forma objetiva e simplificada, o estudo apresenta um framework teórico – dividido em duas figuras complementares - para a construção de uma cultura organizacional inovadora. No framework geral são demonstrados os elementos e suas iniciativas que tendem, se trabalhados sistematicamente, a construir organizações que almejam uma cultura voltada à inovação. No framework detalhado, observa-se em especial a relação das competências gerenciais e a implementação de inovações gerenciais, resultando em vantagens competitivas para as organizações.

Bruno-faria e Fonseca (2014), Dobni (2008), Edgard Schein (1984), Martins e Martins (2002), Mascarenhas Bisneto e Lins (2016), Nemeth (1997), Serra, Fiates e Alpersted (2007), Steele e Murray (2004), Stefanovitz; Nagano (2014), Stringer, (2000), Tidd, Bessant e Pavitt (2008), Bose e Orsi (2003), Dutra (2004), Fleury e Fleury (2000; 2001), Flink e Vanalle (2006), Le Boterf (2003), Quinn et al. (2003), Resende (2000), Ruas (2005), Zarifian (2001), Birkinshaw, Hamel e Mol (2008), Brandão, Carbone e Leite (2008), Damanpour (2014), Hamel (2006) , Kimberly (1981), Lopes (2017), Pinho et al. (2021)