Resumo

Título do Artigo

O IMPACTO DAS AÇÕES DE UM PROGRAMA DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA PARA MULHERES
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Palavras Chave

Extensão Universitária
Empreendedorismo Feminino
Vulnerabilidade Social

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Planejamento de Ensino (cursos, programas, disciplinas, aulas e avaliação)

Autores

Nome
1 - Valéria Louise de Araújo Maranhão Saturnino Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PROPAD
2 - Rosiele Fernandes Pinto
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - João Pessoa
3 - Adriana de Fatima Valente Bastos
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - São Paulo
4 - Maria dos Remédios Antunes Magalhães
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Gastronomia
5 - Karlla Karinne Gomes de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - CTdr, Departamento de Gastronomia

Reumo

A educação empreendedora tem sido apontada como uma alternativa capaz de estimular o empreendedorismo. Dada a relevância deste tópico, durante as últimas duas décadas, o papel das universidades na promoção do empreendedorismo e da inovação tem sido o foco de atenção dos formuladores de políticas e acadêmicos (Guerrero, Fayolle, Klofsten, & Mian, 2016). A extensão universitária, que é uma dimensão constitutiva da universidade, pode contribuir nesse processo de educação empreendedora.
Quando se imagina o empreendedorismo acadêmico desenvolvido a partir de uma prática de extensão, ainda há muito a ser explorado, e especialmente quando essa prática é focada no empreendedorismo feminino que é um tópico ainda negligenciado na literatura e, portanto, explorado nesse relato de experiência. Entender de que forma o programa de extensão impactou na prática docente das professoras, na educação empreendedora dos alunos extensionistas e na capacidade empreendedora das mulheres envolvidas no programa são os objetivos centrais desse relato.
A aliança da extensão universitária com o empreendedorismo pode transformar a prática acadêmica, a fim de estimular melhores oportunidades de conexão com o mercado para munir os diversos atores de conhecimento e impactar a sociedade por meio da adaptação de modelos de negócios e assim aumentar a competitividade em um ambiente incerto e complexo (Bowyer & Vitale, 2018). A importância das mulheres no empreendedorismo no Brasil pode ser legitimada ao considerar os dados mais recentes do Global Entrepreneurship Monitor - GEM (2018). O empreendedorismo feminino cresceu 34% nos últimos 14 anos.
Utilizou-se de uma entrevista semiestruturada, com questões específicas para cada um dos três grupos participantes: mulheres que atendem aos requisitos do programa, docentes e estudantes extensionistas, sendo as questões diferenciadas para cada público. No total foram 10 mulheres que participaram do programa, dessas 7 responderam a pesquisa, além dos 3 professores e 5 alunos extensionistas participantes do programa. As entrevistas foram transcritas literalmente e utilizada a técnica de análise de conteúdo.
A família de fato exerce uma forte influência nas decisões das empreendedoras em trabalhar no setor de gastronomia. Outro depoimento que segue essa lógica é o da entrevistada 6, em que relatou que desde os doze anos de idade acompanhava o pai em sua padaria e "assim foi indo e eu fui tomando gosto pela padaria". Além dessa influência a família provoca experiências gastronômicas e as empreendedoras acabam reproduzindo a memória afetiva da gastronomia familiar em seus empreendimento. Os maiores entraves são "os concorrentes desonestos", a falta de renda e a falta de capital.
As ações do programa de extensão impactaram positivamente o público atendido pelo programa, fomentando a educação empreendedora desse público, conforme os depoimentos aqui mencionados. Além disso, o programa cumpriu seu papel enquanto extensão universitária na relação dialógica com a sociedade e na formação cidadã dos alunos que participaram como extensionistas. A escassez de educação para o empreendedorismo na universidade é congruente com o fraco envolvimento de jovens graduados em iniciativas de negócios, demonstrando que há evidências do efeito positivo da educação empreendedora.
Bowyer, D., & Vitale, C. (2018). What drives university academics to be entrepreneurial?. e-Journal of Social & Behavioural Research in Business, 9(1), 10-36. GEM. Global Entrepreneurship Monitor, Relatório Executivo, 2018. Disponível em https://www.gemconsortium.org/report/50012. Acesso em 28.04.202. Guerrero, M., Urbano, D., Fayolle, A., Klofsten, M., & Mian, S. (2016). Entrepreneurial universities: emerging models in the new social and economic landscape. Small Business Economics, 47(3), 551-563.