Resumo

A participação minoritária das mulheres em relação aos homens na estrutura de governança corporativa das empresas, é foco de diversas pesquisas nacionais e internacionais. Os resultados obtidos para os cenários, indicam que, independentemente de economias desenvolvidas ou em desenvolvimento, a representatividade das mulheres na estrutura de governança é substancialmente inferior à dos homens. O aumento da participação das mulheres tende a impactar positivamente o desempenho organizacional das empresas, proporciona uma maior diversidade de ideias.

Frente ao contexto apresentado, levanta-se como ponto norteador o seguinte questionamento de pesquisa: Qual é a influência da participação das mulheres (diversidade de gênero), no comitê de auditoria, no disclosure de informações de ESG das empresas reguladas e não reguladas listadas na [B]3? Como objetivo geral pretende-se verificar se existe influência da participação das mulheres (diversidade de gênero), no comitê de auditoria, no disclosure de informações de ESG das empresas reguladas e não reguladas na [B]3 no período de 2013 a 2022.

O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 2017) assevera que o comitê de auditoria surgiu com objetivo de supervisionar o processo de elaboração das demonstrações financeiras, à medida que a governança corporativa e seus mecanismos ganharam maior visibilidade e eficácia, como o monitoramento dos processos de gerenciamento de riscos e controles internos, bem como o atendimento de demandas relacionadas à auditoria interna e independente. Recomenda-se ainda, que haja diversidade de gênero para proporcionar pluralidade de ideias.

Este estudo classifica-se como descritivo, quantitativo, documental envolvendo estatística descritiva e um modelo econométrico com dados em painel para o alcance dos objetivos levantados, tendo como população as empresas listadas na [B]3 S.A., composta por 294 empresas, totalizando 653 observações. Para a amostra, foram selecionadas as empresas com comitê de auditoria constituído e dados disponíveis em todo o período da pesquisa (2013 a 2022), excluindo-se as holdings, tendo em vista suas características diferenciadas em relação às demais, totalizando assim 81 empresas.

A identificação das características dos comitês de auditoria das 81 empresas da amostra levou em conta alguns aspectos quantitativos relacionados aos seus membros, como o número total, o número de independentes considerando a quantidade de membros com formação em Contabilidade, Finanças e Auditoria. Assim, foi possível verificar que apenas 21,49% das empresas possuem comitê constituído por homens e mulheres, enquanto os demais 78,51% são constituídos somente por homens.

Foram realizados testes de robustez, considerando a porcentagem de mulheres no conselho, uma dummy indicativa de uma, duas e por fim, três ou mais mulheres no conselho. Essa pesquisa teve como resultado da variável PMCA o total de 21,49% (deste percentual o número de empresas com uma ou duas mulheres no conselho de auditoria, totaliza-se 16,12% e com três mulheres apenas 5,37% das empresas). Percebeu-se maior significância estatística para uma ou mais mulheres, a mesma significância foi reduzindo com o aumento da restrição, existe um “número mágico” de pelo menos três mulheres no conselho.

ALBITAR, K., HUSSAINEY, K., KOLADE, N., & GERGED, AM (2020). Divulgação ESG e empresa desempenho antes e depois do IR. International Journal of Accounting & Information Management, 28(3), 429-444. https://doi.org/10.1108/IJAIM-09-2019-0108. BIRINDELLI, G., DELL'ATTI, S., IANNUZZI, AP, & SAVIOLI, M. (2018). Composição e atividade do conselho de administração: Impacto no desempenho ESG no sistema bancário. Sustentabilidade, 10(12), 4699. https://doi.org/10.3390/su10124699.