Resumo

Título do Artigo

AS EMOÇÕES VIVENCIADAS POR DOCENTES DE IES NA TRANSIÇÃO DO TRABALHO REMOTO PARA O TRABALHO PRESENCIAL
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Palavras Chave

Trabalho docente
Emoções
Espaço e tempo de trabalho

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Rafael Ecke Tavares Busanello
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM
2 - Mariane Lemos Lourenço
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM-UFPR
3 - Lady Day Pereira de Souza
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA (IFRO) - Pesquisa e Inovação
4 - Camilla Fernandes
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - PPGADM

Reumo

As emoções permeiam a vida em sociedade e podem interferir nas mais diversas esferas, principalmente no trabalho docente. A pandemia de Covid-19 alterou as dinâmicas do trabalho docente modificando tempo e espaço na interação com os estudantes, do presencial para o modo online. Após esse período, o que parecia um retorno ao 'normal', demonstrou-se uma jornada de re-aprendizagem e novos desafios frente à demanda de um formato presencial articulado às dinâmicas desenvolvidas no modo on-line. E, para os docentes essa transição foi marcada por emoções e ressignificações de sua atuação.
Após esse período da pandemia de Covid-19 e o longo período de distanciamento social, e transformações do tempo e espaço no trabalho docente, quais emoções e ressignificações os docentes vivenciaram nesse retorno ao presencial? O objetivo é compreender as emoções vivenciadas por docentes frente às ressignificações na transição do trabalho remoto para o trabalho presencial nas Instituições de Ensino Superior públicas e privadas.
As emoções possuem grande poder a respeito do entendimento, pensamento, decisões e ações humanas (FERREIRA, 2017). O indivíduo ao realizar suas atividades profissionais não desvencilhar-se de suas emoções (FINEMAN, 2001). Assim, o indivíduo não deve ser analisado como um ser isolado, e sim inserido em um ambiente permeado e influenciado pelas interações sociais (REZENDE; COELHO, 2010). São justamente as relações sociais e processos organizacionais que influenciam o surgimento das emoções e assim, as sustentam e motivam o trabalho (BARSADE; GIBSON, 2007).
Utilizou-se a estratégia de estudo qualitativo básico (MERRIAM, 2009), empregando-se entrevistas com 12 docentes, sendo 05 homens e 07 mulheres, deste total 06 docentes de IES públicas e 06 docentes de IES privadas, no período entre agosto e novembro de 2022. As análises foram realizadas caso a caso, por meio de uma análise temática profunda pautada na Análise Fenomenológica Interpretativa (AFI) que permitiu descobrir as experiências compartilhadas e divergentes nos relatos dos participantes de forma iterativa e circular (GILL, 2015).
Os resultados demonstraram que a pandemia de covid-19 provocou um misto de emoções entre os docentes, como: ansiedade, tristeza, medo, felicidade e alegria, que tiveram efeitos negativos, positivos e transformadores em seus diversos papéis. No entanto, o retorno presencial trouxe consigo transformações e ressignificações da identidade docente com as novas formas de interações com relação aos alunos, as limitações dos papéis, a reafirmação do papel docente, a elaboração de estratégias para o autoconhecimento, as dinâmicas temporal e espacial na relação interpessoal no contexto organizacional.
O retorno às atividades presenciais gerou os sentimentos de “alegria”, “felicidade” e “contentamento”, entretanto várias adaptações gerou de esgotamento físico e mental. O período conturbado resultante do isolamento social e também do retorno à conjuntura que se achava conhecer, marcou a vida destes docentes, reconfigurando suas visões e ações pertinentes ao ensino e à pesquisa. Mesmo diante de todas as dificuldades impostas, os docentes buscaram a perseverança diante dos sentimentos de medo, ansiedade e/ou tristeza.
BARSADE, S. G. & GIBSON, D. E. Why does affect matter in organizations? Academy of management perspectives, 21 (1), p. 36-59, 2007. FERREIRA, J. R. M. A relevância da inteligência emocional na comunicação de líderes para o desenvolvimento e engajamento dos empregados. Comunicação com líderes e empregados, v. 3, p. 16-21. Faculdade Cásper Líbero, 2017. FINEMAN, S. A emoção e o processo de organizar. CLEGG, SR, HARDY, C.; NORD, WR Handbook de estudos organizacionais: reflexões e novas direções. São Paulo: Atlas, 2001. REZENDE, C. B.; COELHO, M. C. Antropologia das emoções. RJ FGV 2010.