Resumo

Título do Artigo

RELEVÂNCIA INFORMACIONAL DO RODÍZIO DE AUDITORIA NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO
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Palavras Chave

Value-relevance
Auditoria independente
Qualidade da auditoria

Área

Finanças

Tema

Contabilidade para usuários externos

Autores

Nome
1 - Paulo Henrique Nobre Parente
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE (FEAAC)
2 - Cauã Dantas Cavalcante Gama e Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE (FEAAC)
3 - José Glauber Cavalcante dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
4 - MÁRCIA MARTINS MENDES DE LUCA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

Reumo

Existe um trade-off no rodízio de auditoria externa. Por um lado, a interrupção do vínculo auditor-cliente pode aumentar a independência do auditor; contudo, por outro lado, reduz-se o conhecimento específico acerca das operações, dos sistemas contábeis e da estrutura de controles internos da empresa. Nessa conjuntura, algumas pesquisas têm investigado como o rodízio pode afetar a qualidade da auditoria e, por conseguinte, a percepção dos investidores sobre os efeitos líquidos dessa rotatividade.
Esta pesquisa investiga se o rodízio de auditoria externa dispõe de conteúdo informativo incremental para os participantes do mercado de capitais brasileiro, sinalizando alguma mudança de percepção dos investidores acerca da qualidade dos serviços de auditoria externa sobre os números contábeis. Portanto, este estudo examina como as várias formas de rodízio (firma vs. sócio, voluntária vs. obrigatória, BIG4 vs. NBIG4) afetam os preços das ações e ainda a relevância dos números contábeis das empresas brasileiras.
A auditoria externa tem o objetivo de assegurar a conformidade dos números contábeis com as normas e os princípios contábeis geralmente aceitos, aumentando a confiança do investidor ao fornecer segurança razoável de que as informações financeiras apresentadas são confiáveis e livres de distorções relevantes. O rodízio, como um dos fenômenos que cercam a auditoria externa, pode alterar a percepção dos investidores acerca da qualidade da auditoria.
Foram estimadas regressões lineares múltiplas por OLS – com base em dados em painel desbalanceado e controlando os efeitos fixos de setor e ano – para uma amostra de 402 empresas brasileiras listadas na B3 S/A no período entre 2010 e 2021. O modelo de value relevance de Collins, Maydew e Weiss (1997) foi utilizado nos testes empíricos. Os dados foram obtidos nos Formulários de Referência, nos Relatórios de Auditoria Independente e na Economatica.
As evidências mostram que não se pode rejeitar a hipótese de que o rodízio de auditoria é value relevant no processo de avaliação, afetando a percepção dos investidores acerca da qualidade da auditoria. Os resultados suportam a hipótese de que o rodízio dos sócios de auditoria é value relevant, contudo o rodízio da firma de auditoria e o rodízio periódico e obrigatório não são value relevant. Observou-se ainda que o mercado vê benefícios na manutenção de firmas de auditoria BIG4, contudo a mudança para NBIG4 é vista como redutora de valor.
Conclui-se que o rodízio de auditoria constitui informação relevante para na tomada de decisão de investimento entre os investidores no mercado acionário brasileiro, uma vez que estes percebem o resultado líquido do trade-off entre a independência e a competência do rodízio de auditoria e estão, para determinadas situações, dispostos a pagar mais por resultados de alta qualidade.
Ghosh, A., & Moon, D. (2005). Auditor tenure and perceptions of audit quality. The Accounting Review, 80(2), 585–612. https://doi.org/10.2308/accr.2005.80.2.585 Krishnan, G., & Zhang, J. (2019). Do investors perceive a change in audit quality following the rotation of the engagement partner? Journal of Accounting and Public Policy, 38(2), 146–168. https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2019.02.002 Reid, L. C., & Carcello, J. V. (2017). Investor reaction to the prospect of mandatory audit firm rotation. The Accounting Review, 92(1), 183–211. https://doi.org/10.2308/accr-51488