Resumo

Título do Artigo

ORDEM GLOBAL E DOMINAÇÃO SOBRE O MEIO AMBIENTE: OS PRONUNCIAMENTOS DO G7 ACERCA DO DESMATAMENTO
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Palavras Chave

Organizações internacionais
Teoria dos sistemas-mundo
Degradação florestal

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Epistemologias e Ontologias em Estudos Organizacionais

Autores

Nome
1 - ÂNGELA MARIA DE MELO CANDIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - UAST
2 - Paulo Thiago N. B. de Melo
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - UAST
3 - Nicole Louise Macedo Teles de Pontes
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - Unidade Acadêmica de Serra Talhada

Reumo

O Grupo dos Sete (G7) é um dos componentes centrais da governança global, baseado em acordos intergovernamentais, fornecendo um meio para coordenação política e cooperação em inúmeras questões econômicas, políticas, de segurança, entre outras (HANJAL, 2016). O sistema capitalista global é hierarquizado, com a existência de uma divisão internacional do trabalho entre os países que o compõem (ALMEIDA; AZEVEDO, 2019), demarcando diferenças existentes entre os países desenvolvidos e países em desenvolvimento.
O somatório das injustiças sociais e ambientais impactam primeiro, e de forma mais acentuada, em certos meios, grupos e classes sociais que sofrem as consequências negativas da ilusão do desenvolvimento econômico (PORTO; ROCHA, 2022). Desse modo, Almeida e Azevedo (2019) afirmam que as disparidades sociais permitem a avaliação das condições sociais mínimas, focando nas adversidades do desenvolvimento capitalista. O objetivo deste estudo é compreender a dominação da organização do G7 na relação da política econômica internacional com as florestas e o desmatamento.
O modelo de desenvolvimento neoextrativista remete à continuidade e ao agravamento do colonialismo persistente, incluindo episódios de violência e ameaças à vida de líderes, além da intensificação da degradação ambiental, desamparando estes povos que vivem e dependem da natureza (PORTO; ROCHA, 2022). A desigualdade observada historicamente no sistema econômico global se reproduz constantemente. Há uma convergência entre os países mais pobres com aqueles que apresentam maiores preços de alimentos, e maiores percentual e profundidade da subnutrição (ALMEIDA-FILHO; AZEVEDO, 2019).
Para a realização do estudo, foram coletados os comunicados dos ministros do meio ambiente do G7 entre os anos 2019 e 2022, que foram submetidos à análise crítica do discurso. A coleta aconteceu sobre os documentos dos eventos mais aderentes ao problema do desmatamento, onde é apontado como assunto principal. O discurso é construído pelas entidades sociais, relações sociais e sistemas de conhecimentos e crenças. A ideologia se faz presente nas estruturas que representam os eventos, sendo resultante do trabalho de naturalização e desnaturalização de ideias.
Como resultado, foi revelado a relação do desmatamento como um problema da mudança climática, ressaltando o comprometimento dos países com o desenvolvimento e implementação de políticas e programas em esfera nacional. Também foram discutidas as cadeias e sistemas agroalimentares, se tratando das práticas agrícolas insustentáveis. Além disso, foram reconhecidas as importâncias das populações indígenas e parcerias globais na proteção de florestas e habitats naturais, e o apoio às medidas voltadas ao fortalecimento da governança florestal.
Considera-se que, na perspectiva ambiental, com destaque para o desmatamento, é possível evidenciar o vínculo de dominação resultante do desequilíbrio vigente em relação às diferenças expressivas entre os países. Foram ressaltados problemas da mudança climática, dos sistemas agroalimentares e dos povos indígenas. A realidade do desmatamento e seus respectivos impactos afetam diretamente os países em desenvolvimento em decorrência da falta de representatividade e de políticas de desenvolvimento voltadas para as particularidades dos mesmos, com destaque para as florestas e os povos indígenas.
HANJAL, P. I. The G8 System and the G20. Evolution, Role and Documentation. London and new Yord: Routledge Taylor & Francis Group, 2016. PORTO, M. F. S.; ROCHA, D. Neoextrativismo, garimpo e vulnerabilização dos povos indígenas como expressão de um colonialismo persistente no Brasil. Revista Saúde Debate, v. 46, n. 133, p. 487-500, 2022. ALMEIDA-FILHO, N.; AZEVEDO, L. L. T. Segurança alimentar e nutricional na América do Sul e BRICS: avanços e “nuvens” no horizonte. Revista Economia e Sociedade, v. 28, n. 3 (67), p. 717-739, 2019.