Resumo

Título do Artigo

STARTUPS EM ESTÁGIO INICIAL: MÉTODOS DE VALUATION UTILIZADOS NO BRASIL
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Palavras Chave

Venture capital
Valuation
Empreendedorismo

Área

Artigos Aplicados

Tema

Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação

Autores

Nome
1 - Arthur Capanema
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) - Campus Praia Vermelha
2 - Luiz Carlos Feitosa de Moura
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) - FACC

Reumo

Este trabalho propõe-se a apresentar discussões acerca dos métodos e critérios de valuation praticados pelas firmas de capital de risco com sede no Brasil na avaliação de startups em estágio inicial. O presente artigo também traz uma visão geral do mercado brasileiro de venture capital em 2022 e suas perspectivas futuras, acrescentando ao debate de acadêmicos, empreendedores e investidores brasileiros, fornecendo maior clareza sobre as melhores práticas de mercado, minimizando, assim, assimetrias de informação no universo da pesquisa.
A indústria de financiamento de capital de risco cresceu rapidamente nos últimos anos, movimentando US$ 621 bilhões em escala global, sendo R$ 46,5 bilhões destes recursos destinados a startups brasileiras via mercado de venture capital. A captação de investimentos se tornou tão importante para acelerar o crescimento de startups que a capacidade de atração de novos investimentos, participação em processos de M&A e a própria abertura de capital via IPO, se tornaram formas comuns de se definir o sucesso de uma startup, não havendo, necessariamente, um consenso que norteie o aporte inicial.
Por se tratar de um investimento de risco, não há, necessariamente, um consenso que norteie o aporte inicial. O que existe é um padrão mínimo de melhores práticas pertinente às etapas de seleção, avaliação, decisão e saída (MARQUES et al., 2015), tal como o processo em diferentes estágios como forma de mitigação do risco (WRIGTH e ROBBIE, 1998) e multicriterial (MISHRA et al., 2017), onde características quantitativas e qualitativas são julgadas em conjunto. Assim, muitos empreendedores não têm clareza do processo pelo qual são avaliados, sobretudo como o valor de sua companhia é calculado.
Cabe, então, questionar: como as firmas de capital de risco brasileiras avaliam o valor de startups em estágio inicial, conhecido como seed e série A? Em outras palavras, o presente trabalho busca investigar os métodos de valuation e os diferentes critérios de avaliação adotados por investidores de capital de risco na análise do valor de startups em estágio inicial no Brasil. Espera-se, então, que tanto novos empreendedores quanto investidores possuam maior clareza em relação às boas práticas do mercado, minimizando assimetrias informacionais existentes no universo da pesquisa.
Verificou-se que o mercado de venture capital early stage no Brasil continua em crescimento, apesar das adversidades da crise global recente, com potencial para expansão considerável. Em comparação com o late stage, observou-se que as empresas mais maduras enfrentaram mais dificuldades para obter novos investimentos devido a seus valuations superiores às expectativas do mercado. Quanto ao método de valuation preferido pelos investidores em estágio inicial no Brasil, o método venture capital foi predominante, seguido pelo método de múltiplos de setor e modelo de negócios.
Com cada vez mais empresas consolidadas criando fundos próprios para financiar negócios inovadores, na maioria das vezes alinhados à sua estratégia, as nuances do olhar corporativo e estratégico do CVC do Brasil são um objeto digno de pesquisas mais atualizadas, visto que as mais citadas datam dez ou mais anos de publicação. Outra questão a se considerar é que nos dias de hoje existem diferentes tipos de CVC, variando do foco maior no ganho financeiro ou no ganho estratégico para o lado investidor, e identificá-los e abordá-los em um estudo traz descobertas sobre a evolução desta modalidade.