Resumo

Título do Artigo

Teoria dos Escalões Superiores explica a governança nas Universidades Públicas?
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Palavras Chave

Diversidade
Governança Pública
Teoria dos Escalões Superiores

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Thamara Marcos dos Santos
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Itaperi
2 - Manuel Salgueiro Rodrigues Júnior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Centro de Estudos Sociais Aplicados - CESA

Reumo

A governança pública busca usar mecanismos de liderança, estratégia e controle, logo as boas práticas de governança tornam-se necessárias na gestão das universidades. A governança nas universidades públicas é um tema pouco explorado, a maioria dos estudos limita-se a análise do nível de aderência das Instituições de Ensino Superior (IES) às práticas de boa governança. Ressalte-se que os principais responsáveis pela adoção de boas práticas são os gestores públicos do alto escalão. Assim, a heterogeneidade de características agregaria conjuntos mais amplos de conhecimentos e recursos.
Há uma carência de pesquisas relacionadas ao aperfeiçoamento do setor público e há poucos estudos acerca da gestão destas entidades à luz da Teoria dos Escalões Superiores. Com isso, descortina-se a questão de pesquisa que norteia esta investigação: Como a diversidade das características da equipe do alto escalão influencia na qualidade da governança nas universidades públicas do Brasil? Desta forma, o objetivo geral do trabalho é identificar como a diversidade das características da equipe do alto escalão influenciam na qualidade da governança nas universidades públicas do Brasil.
A Teoria dos Escalões Superiores compreende a ideia de que os gestores agem de acordo com suas interpretações em situações estratégicas e são impactadas pelas experiências, valores e personalidades dos gestores. Estudos analisaram a influência das características dos gestores em diversas situações de gestão, evidenciando que a diversidade da equipe do alto escalão impacta positivamente o desempenho da entidade (Hambrick & Mason, 1984; Kim &Lim, 2010; Fernández-Temprano & Tejerina-Gaite, 2020; Neukirchen et al., 2022; Ullah et al., 2019; He & Jiang, 2019; Boadi et al., 2022).
Trata-se de um estudo explicativo, de natureza quantitativa. A população consiste em 59 universidades federais em cada ano, resultando em 177 observações para a variável dependente. A variável dependente (GOV) corresponde ao índice de governança pública (TCU). Quanto às variáveis independentes, foi pesquisado no sítio eletrônico das IES o quadro da equipe de gestão no período estudado e coletados dados a respeito de gênero, titulação, idade e tamanho da equipe. Com o uso do método dos mínimos quadrados ordinários para a regressão de dados em painel, a melhor estimação foi o modelo fixos.
Os resultados obtidos indicam que nenhuma das variáveis apresentou significância, caracterizando que a TES não explica a variação da governança das IES. Quanto às variáveis de controle estudadas, a maturidade evidenciou impacto positivo no nível de governança. Adicionalmente, com base nos resultados dos demais modelos, destaca-se indícios que as variáveis titulação, idade e tamanho do TMT podem influenciar na qualidade da governança. A diversidade de titulação dos gestores apresentou influência positiva, o tamanho do TMT e a diversidade etária resultou em efeito negativo.
Este estudo situa-se na esfera das pesquisas de gestão em ensino superior público e teve como objetivo analisar a qualidade da governança nas universidades federais, considerando a influência das características da equipe de alto escalão. Como também, fornece evidências de que a governança pública nas universidades federais brasileiras está se aperfeiçoando e possibilitou compreender como a diversidade da equipe de gestão do alto escalão influencia nas decisões estratégicas e seu efeito na qualidade da governança pública das universidades federais brasileiras.
Boadi, I., & Osarfo, D. (2019). Diversity and return: the impact of diversity of board members’ education on performance. Corporate Governance: The International Journal of Business in Society. https://doi.org/10.1108/cg-01-2019-0017. Hambrick, D. C., & Mason, P. A. (1984). Upper Echelons: The Organization as a Reflection of Its Top Managers. The Academy of Management Review, 9(2), 193–206. doi.org/10.2307/258434. Hosny, K., & Elgharbawy, A. (2021). Board diversity and financial performance: empirical evidence from the United Kingdom. Accounting Research Journal. https://doi.org/10.1108/arj-0