Resumo

Título do Artigo

A Década de Fundação Influencia o Desempenho Inovador das Empresas? O Papel da Dependência da Trajetória e das Capacidades de Inovação
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Palavras Chave

Capacidades de Inovação
Dependência da Trajetória
Organização da Firma

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - Rafaela Cabral Almeida Trizotto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
2 - Leandro da Silva Nascimento
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
3 - Nathalia Pufal
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração
4 - Denise Barbieux
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração (NITEC)
5 - Paulo Antônio Zawislak
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Escola de Administração

Reumo

Empresas bem estabelecidas, que já trilharam uma trajetória ao longo dos anos, tendem a ter combinações de capacidades de inovação suficientemente desenvolvidas. Conforme Zawislak et al. (2012), toda empresa possui quatro capacidades de inovação: capacidade de desenvolvimento (de produto), capacidade de operações, capacidade de gestão e capacidade de transação. Portanto, a sobrevivência e o crescimento de uma empresa dependem de suas capacidades de inovar e se adaptar a ambientes em rápida mudança.
Saber qual é o comportamento inovador das empresas, conforme a década de abertura, gera uma questão importante para os estudos em inovação, ao possibilitar o acompanhamento da evolução das capacidades ao longo do processo de transformação da empresa em direção ao seu amadurecimento. Logo, o objetivo deste estudo é identificar quais capacidades de inovação impactam o desempenho inovador das empresas e a força que estas capacidades exercem na empresa, conforme o tempo de funcionamento.
A estrutura conceitual de capacidade de inovação adotada para estimar a relação entre capacidade de desenvolvimento, capacidade de operações, capacidade de gerenciamento, capacidade de transação e o desempenho de inovação das empresas foi advinda de Zawislak et al. (2012). Ainda, foram utilizados quatro tipos de organização da firma propostos por Pufal e Zawislak (2022). Para analisar as capacidades de inovação em relação ao tempo de vida das empresas, utilizou-se a dependência da trajetória já que ela ajuda explicar como certas características organizacionais persistem ao longo do tempo.
Realizou-se uma investigação empírica de abordagem mista com dados secundários, composta por duas etapas. A primeira, quantitativa, concentrou-se em analisar uma base de dados com 636 empresas industriais brasileiras. A segunda, qualitativa, aprofundou o objeto de pesquisa a partir de uma base de dados composta por sete empresas industriais. Ambas as etapas possibilitaram a análise de empresas com diferentes trajetórias. Especificamente, as empresas foram agrupadas em cinco decênios de fundação: década de 60, década de 70, década de 80, década de 90, e primeira década dos anos 2000.
Conforme a década de fundação, indica-se quais capacidades possuem impacto positivo no desempenho inovador: década de 60, capacidade de transação; década de 70, capacidades de desenvolvimento e de gestão; década de 80, capacidade de desenvolvimento; década de 90, capacidades de desenvolvimento, de gestão e de transação; e por último, início dos anos 2000, capacidades de desenvolvimento e de gestão. Sobre os tipos de organização da firma, achou-se: década de 60, avançada para a estabilidade; décadas de 70, 80 e 90, intermediária para a estabilidade; e 2000, básica para a estabilidade.
Os resultados demonstram que é com a maturidade que as capacidades de inovação se consolidam e ganham força ao longo do tempo de vida de uma empresa. Além do mais, nossos resultados demonstram que, mesmo que uma capacidade seja bem desenvolvida, isso não significa que ela impacte no desempenho inovador. Dessa forma, por mais que as empresas precisem investir nas quatro capacidades, sempre haverá uma capacidade principal, responsável por impulsionar o desempenho.
Pufal, N.A., & Zawislak, P.A. (2022). Innovation capabilities and the organization of the firm: evidence from Brazil. Journal of Manufacturing Technology Management, 33(2), 287-307. Zawislak, P. A., Alves, A. C., Tello-Gamarra, J., Barbieux, D., & Reichert, F. M. (2012). Innovation capability: From technology development to transaction capability. Journal of Technology Management & Innovation, 7(2), pp. 14-27.