Qualidade de Gasto e Otimização de Recursos Públicos
Autores
Nome
1 - Erick Cardoso da Silva Figueira PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO (PUC-RIO) - Instituto de Administração e Gerência
2 - Felipe Pinto da Silva UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - Instituto de Economia
Reumo
Ao mesmo tempo em que a cidade do Rio de Janeiro é reconhecida como destino relevante de visitantes nacionais e internacionais, notadamente devido aos seus atrativos naturais, a violência a pedestres e motoristas em distintas localidades do município é historicamente noticiada em veículos midiáticos locais e estrangeiros. Faz-se necessário avançar em estudos que consideram maior visibilidade local das ocorrências de violência urbana de rua, com o intuito específico em fornecer subsídios e diagnósticos para políticas públicas mais direcionadas às microrregiões da cidade.
O problema de pesquisa deste estudo reside em explorar, a partir de uma lente socioespacial, como a violência urbana, na forma de subtração de pertences, esteve distribuída no município do Rio de Janeiro entre os anos de 2019 e 2020. Nessa direção, o presente estudo teve por objetivo explorar, a partir da aplicação da técnica não supervisionada de clustering, como estiveram distribuídas, em relação aos números de habitantes, as incidências de roubo a transeunte, furto de veículo e roubo de veículo registradas nas delegacias de polícia do município.
A sensação de segurança é um importante fator na escolha dos destinos turísticos por parte dos turistas (Santana-Gallego, et al, 2019). Contudo, não haveria relação entre o aumento da criminalidade, ainda que em suas distintas faces, com variações da procura turística ao longo do tempo, assim como não se enfatizaria a criminalidade em zonas turísticas específicas (Costa e Herrera, 2019). Estatísticas descritivas para o ano de 2019 encontradas nas bases do IPP (2021) indicam que os roubos a veículos predominaram em bairros da zona norte do município do Rio de Janeiro.
Considerando uma abordagem quantitativa, a estratégia de investigação que se considerou oportuna para o problema de pesquisa foi a técnica de clustering. Entende-se que a técnica não supervisionada é apropriada ao problema de pesquisa, pois não há a intenção em determinar um “alvo” a ser atingido (Fawcett e Provost, 2016), sendo o pesquisador livre para explorar os resultados frente à literatura subjacente.
Os resultados do estudo, quando analisados, comparativamente, entre os anos de 2019 e 2020 apontam para a formação de um “corredor de subtração de pertences” com início a partir de bairros da zona norte, fronteiriços com o centro da cidade, avançando para a zona norte suburbana, e até os bairros limítrofes entre a zona norte e a zona oeste. Bairros da zona sul, os quais concentram atrativos turísticos mais conhecidos, não apresentaram-se como o foco das variáveis de criminalidade consideradas no estudo em 2019. E em 2020, apresentaram classificação inferior com relação à zona norte.
A zona sul do Rio de Janeiro, com atrativos turísticos mais conhecidos, não predominou como região de maior incidência de subtração de pertences. Bairros integrantes dos clusters de maior incidência média de registros de subtração estão localizados, predominantemente, na zona norte da cidade, a qual apresenta menor renda per capita, em comparação à zona sul da cidade. O estudo sinaliza que a subtração de pertences pode transbordar para bairros vizinhos aos bairros de maior incidência desses registros.
Santana-Gallego, M., Fourie, J., & Rossello, J. (2020). The effect of safety and security issues on international tourism. Annals of Tourism Research, 80(C).Costa, J. H., & Herrera, M. R. G. (2019). Criminalidade, Segurança Pública E Sustentabilidade Em Destinos Turísticos:: Ensaio Exploratório Acerca Da Produção Acadêmica Brasileira (2004-2018). Marketing & Tourism Review, 4(1).Fawcett, T., & Provost, F. (2016). Data Science Para Negócios. Alta Books.