Resumo

A economia compartilhada (EC) e o consumo colaborativo (CC) tem se tornado um fenômeno relevante (TRABUCCHI; MUZELLEC; RONTEAU, 2019). Salienta-se que, sob a perspectiva teórica, as pesquisas concentram-se na investigação dos estudos internacionais. Sob a perspectiva prática, evidenciam-se diferentes realidades no contexto internacional e nacional, tendo em vista que no contexto nacional, a cultura da economia compartilhada e do consumo colaborativo não está consolidada, posto isto, nesta pesquisa, direciona-se um olhar para as pesquisas nacionais.

Este artigo traz como reflexões: Qual é o panorama das pesquisas nacionais sobre economia compartilhada e consumo colaborativo? Qual a relevância dessas temáticas no contexto brasileiro? Quais são os caminhos de pesquisa trilhados até o momento? Quais são as possibilidades para novas pesquisas? Objetivou-se analisar, por meio de revisão da literatura, publicações nacionais sobre economia compartilhada e consumo colaborativo nas coleções brasileiras da Scielo e nos principais periódicos de administração, identificando o alcance da temática no Brasil e apontando insights para pesquisas futuras.

Para Matzler, Veider e Kathan (2015), as características da economia compartilhada são: a ausência de propriedade; o acesso temporário; a redistribuição de bens; e a utilização de tecnologias para o compartilhamento. Assim, caracteriza-se como um sistema econômico baseado no compartilhamento realizado de forma direta entre os indivíduos (KENNEDY, 2015). O consumo colaborativo, inserido na economia compartilhada, abrange o conjunto de serviços, o que permite aos proprietários privados e comerciais de recursos específicos possam disponibilizar estes recursos para os outros (KENNEDY, 2015).

Identificaram-se insights para pesquisas: enfoque de diversos autores, comportamento do consumidor (segmentação e enfoque em públicos específicos, práticas e ideologias, consumo de compartilhamento nacional e internacional), EC e CC na sociedade (gestão pública, oferta dos serviços no Brasil, impactos na sustentabilidade, potencial de inovação, indicadores, disseminação de mercados, relações de trabalho) e EC e CC e tecnologia (acesso à tecnologia: âmbito nacional e internacional; transações e confiança). Sobre os aspectos metodológicos, indica-se a realização de estudos quantitativos.

Por se tratar de um assunto relativamente recente no contexto nacional ainda existe espaço para a ampliação do número de estudos em relação ao fenômeno do compartilhamento, seja por meio da diversificação dos aspectos metodológicos ou mesmo a ampliação e aprofundamento de temáticas de pesquisa. Buscando insights de pesquisa sobre as temáticas, a partir das lacunas dos estudos analisados e suas respectivas sugestões de pesquisas futuras, elaborou-se algumas sugestões de pesquisa, apresentando sugestões de temas de pesquisa e sugestão de aspectos metodológicos.

ADRIANO, B. M.; STEIL, A. V. Modelos mentais na pesquisa em aprendizagem organizacional: Uma revisão integrativa. RAD, v. 22, n. 3, p. 118-140, 2020. KENNEDY, J. Conceptual boundaries of sharing. Information, Communication & Society, 2015. MATZLER, K.; VEIDER, V.; KATHAN, W. Adapting to the Sharing Economy. MIT Sloan Management Review, v. 56, n. 2, 71-77, 2015. TRABUCCHI, D.; MUZELLEC, L.; RONTEAU, S. Sharing economy: seeing through the fog. Internet Research, 2019. WHITTEMORE R.; KNAFL K. The integrative review: updated methodology. J Adv Nurs, v. 52, n. 5, 2005.